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Mostrando postagens de janeiro, 2012

Pôr do sol

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Sentado na areia da praia, vendo o pôr do sol, aproxima um homem que para em minha frente e diz: Preguiçoso, levanta e faça alguma coisa. O mundo corre, e você aí sentado. O que você procura? Riqueza, fama, glória??? O que você deseja?? Respondi: “Quero apenas que você dê um passo pro lado, pois está atrapalhando minha visão do horizonte, que neste momento, é tudo o que preciso...”.

coisa mal resolvida

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Não gosto dessa sensação azeda de coisa mal resolvida. Comigo tudo é muito limpo e exato e você chegou virando minha vida do avesso, me bagunçando, me dando frio na barriga, fazendo minhas pernas tremerem e meu coração desacelerar. É, eu sei que quando a gente se apaixona o coração acelera, o meu fez o caminho contrário, devia ter percebido ali, logo ali que tinha algo errado.

A Felicidade

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Tristeza não tem fim Felicidade sim A felicidade é como a pluma Que o vento vai levando pelo ar Voa tão leve Mas tem a vida breve Precisa que haja vento sem parar A felicidade do pobre parece A grande ilusão do carnaval A gente trabalha o ano inteiro Por um momento de sonho Pra fazer a fantasia De rei ou de pirata ou jardineira Pra tudo se acabar na quarta-feira Tristeza não tem fim Felicidade sim A felicidade é como a gota De orvalho numa pétala de flor Brilha tranqüila Depois de leve oscila E cai como uma lágrima de amor A felicidade é uma coisa boa E tão delicada também Tem flores e amores De todas as cores Tem ninhos de passarinhos Tudo de bom ela tem E é por ela ser assim tão delicada Que eu trato dela sempre muito bem Tristeza não tem fim Felicidade sim A minha felicidade está sonhando Nos olhos da minha namorada É como esta noite, passando, passando Em busca da madrugada Falem baixo, por favor Pra que ela acorde alegre com o dia Oferecendo beijos de amor

Tu que pintas sonhos

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Tu que pintas sonhos Poemas e abraços Pinta a paz ao mundo Desfeito em pedaços Vais pôr nessa tela Amor e esperança Almas cristalinas Sem ódio e vingança Porás também pão Justiça irmandade Casa para todos Amor lealdade E com restos de tinta Das tuas ilusões Pinta,pinta, pinta Pinta corações...

Amor à primeira vista

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Ambos estão convencidos que os uniu uma paixão súbita. É bela esta certeza, mas a incerteza é mais bela ainda. Julgam que por não se terem encontrado antes, nada entre eles nunca ainda se passara. E que diriam as ruas, as escadas, os corredores onde se podem há muito ter cruzado? Gostaria de lhes perguntar se não se lembram — talvez nas portas giratórias, um dia, face a face? algum “desculpe” num grande aperto de gente? uma voz de que “é engano” ao telefone? — mas sei o que respondem. Não, não se lembram. Muito os admiraria saber que desde há muito se divertia com eles o acaso. Ainda não completamente preparado para se transformar em destino para eles, aproximou-os e afastou-os, barrou-lhes o caminho e, abafando as gargalhadas, lá seguiu saltando ao lado deles. Houve marcas, sinais, que importa se ilegíveis. Haverá talvez três anos ou terça-feira passada, certa folhinha esvoaçante de um braço a outro braço. Algo que se perdeu e encontrou? Quem sabe se já uma bola nos silvados

Quarto do suicida

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Vocês devem achar, sem dúvida, que o quarto esteve vazio. Mas lá havia três cadeiras de encosto firmes. Uma boa lâmpada para afastar a escuridão. Uma mesa, sobre a mesa uma carteira, jornais. Buda sereno, Jesus doloroso, sete elefantes para boa sorte, e na gaveta - um caderno. Vocês acham que nele não estavam nossos endereços? Acham que faltavam livros, quadros ou discos? Mas da parede sorria Saskia com sua flor cordial, Alegria, a faísca dos deuses, a corneta consolatória nas mãos negras. Na estante, Ulisses repousando depois dos esforços do Canto Cinco. Os rnoralistas, seus nomes em letras douradas nas lindas lombadas de couro. Os políticos ao lado, muito retos. E não era sem saída este quarto, aos menos pela porta, nem sem vista, ao menos pela janela. Binóculos de longo alcance no parapeito. Uma mosca zumbindo - ou seja, ainda viva. Acham então que talvez uma carta explicava algo. Mas se eu disser que não havia carta nenhuma - éramos tantos, os amigos, e

Doença do amor

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O amor é uma doença. Eu sinto náuseas, febres, dores musculares. Eu acordo assustada no meio da noite. Eu choro à toa.

viu!

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Eu fiz tudo certo, só errei quando coloquei sentimento

Sou o que se chama de pessoa impulsiva

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Sou o que se chama de pessoa impulsiva. Como descrever? Acho que assim: vem-me uma idéia ou um sentimento e eu, em vez de refletir sobre o que me veio, ajo quase que imediatamente. O resultado tem sido meio a meio: às vezes acontece que agi sob uma intuição dessas que não falham, às vezes erro completamente, o que prova que não se tratava de intuição, mas de simples infantilidade. Trata-se de saber se devo prosseguir nos meus impulsos. E até que ponto posso controlá-los. [...] Deverei continuar a acertar e a errar, aceitando os resultados resignadamente? Ou devo lutar e tornar-me uma pessoa mais adulta? E também tenho medo de tornar-me adulta demais: eu perderia um dos prazeres do que é um jogo infantil, do que tantas vezes é uma alegria pura. Vou pensar no assunto. E certamente o resultado ainda virá sob a forma de um impulso. Não sou maduro bastante ainda. Ou nunca serei.

Saudade

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Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.

Ausência

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Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar teus olhos que são doces Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto. No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz. Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado. Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado. Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face. Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada. Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite. Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa. Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço. E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado. Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silencios

alguma coisa que me era essencial

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Perdi alguma coisa que me era essencial, e que já não me é mais. Não me é necessária, assim como se eu tivesse perdido uma terceira perna que até então me impossibilitava de andar mas que fazia de mim um tripé estável. Essa terceira perna eu perdi. E voltei a ser uma pessoa que nunca fui. Voltei a ter o que nunca tive: apenas as duas pernas. Sei que somente com duas pernas é que posso caminhar. Mas a ausência inútil da terceira perna me faz falta e me assusta, era ela que fazia de mim uma coisa encontrável por mim mesma, e sem sequer precisar me procurar.

te vi calar e guardar

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Acredito que você também tenha as suas mágoas escondidinhas em um canto do peito. Poucas vezes te vi chorar. Muitas vezes te vi calar e guardar. Sempre achei melhor colocar as coisas para fora, gritar, explodir, falar, conversar. Mas existe algo que me deixa muda. Nunca consegui falar sobre os meus sentimentos mais profundos para você. Algo me travava. Hoje resolvi dizer.

A Sombra do Tâmega

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Minha santa janela, onde eu medito E digo adeus ao sol e falo ao vento… E saúdo a aurora e leio no Infinito E sinto, às vezes, um deslumbramento! Vejo, de ti, a Serra e aquele val’, Onde aparece a imagem indecisa Dum rio de águas mortas, espectral, Que, entre sombrias árvores, desliza. E vejo erguer-se o rio cristalino, Transfigurado em sonho ou nevoeiro… E faz-se eterno espírito divino Aquele corpo de água prisioneiro. Ó láctea emanação! Ó névoa densa! Ó água aberta em asa! Ó água escura! Água dos fundos pegos, no ar, suspensa, Vestida, como um Anjo, de brancura! Água gélida e negra, que te elevas, Qual fantasma, no Azul, que desfalece! Ó claro e heróico sol, que vence as trevas, Porque será que, ao ver-te, empalidece? Ó água d’além túmulo! Água morta! Ó água do Outro Mundo! Aparições De neblina, entre as trevas… Absorta Paisagem povoada de visões… E enchendo todo o espaço de esplendores, De desmaios, de síncopes e mágoas, Diluindo tudo em místicos alvores, Ergue-se a s

O pescador

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Estava eu pescando com meus amigos Sabe como é homens sempre se desafiando Quem pegaria o peixe maior, esta era questão Ninguém tornava isto claro, mas era o que pensávamos Para apimentar os machões, estavam lá as lindas esposas Começou pega pega na pescaria eles fisgavam directo Eu nada pegava já me subia o sangue ao ouvir gozações Deu-me saudades do terno e gravata a mesa e minha sala Ali não precisava provar nada, eles e que tinha esta obrigação Meu sangue ferveu quando ela disse amor você não pega nada, por quê? Eu de raiva dei a vara para ela e disse pega você, ela disse grosso (com biquinho) Bastou ela segurar, a vara começou dobrar fisgou um peixe enorme Hei deixa que eu puxe, falei baixinho (meu intuito eram eles pensarem que fui eu rsrsr) Ela não concordou com a atitude sublime, puxou fisgou e o premio levou Nem preciso falar como meu bico ficou este bico tão cedo ela não beijar (será?) Diante das zombarias usei o meu poder disse para aquela meia dúzia Que vocês acham de co

Silêncio

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Sim, foi por mim que gritei. Declamei, Atirei frases em volta. Cego de angústia e de revolta. Foi em meu nome que fiz, A carvão, a sangue, a giz, Sátiras e epigramas nas paredes Que não vi serem necessárias e vós vedes. Foi quando compreendi Que nada me dariam do infinito que pedi, - Que ergui mais alto o meu grito E pedi mais infinito! Eu, o meu eu rico de baixas e grandezas, Eis a razão das épi trági-cómicas empresas Que, sem rumo, Levantei com sarcasmo, sonho, fumo... O que buscava Era, como qualquer, ter o que desejava. Febres de Mais. ânsias de Altura e Abismo, Tinham raízes banalíssimas de egoísmo. Que só por me ser vedado Sair deste meu ser formal e condenado, Erigi contra os céus o meu imenso Engano De tentar o ultra-humano, eu que sou tão humano! Senhor meu Deus em que não creio! Nu a teus pés, abro o meu seio Procurei fugir de mim, Mas sei que sou meu exclusivo fim. Sofro, assim, pelo que sou, Sofro por este chão que aos pés se me pegou, Sofro por não poder fugir. S

A arte de ser feliz

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Houve um tempo em que minha janela se abria sobre uma cidade que parecia ser feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco. Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde, e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz. Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes encontro nuvens espessas. Avisto crianças que vão para a escola. Pardais que pulam pelo muro. Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais. Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar. Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega. Ás vezes, um galo canta. Às vezes, um avião passa. Tudo está certo, no seu lugar,

CANÇÃO DE OUTONO

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Perdoa-me, folha seca, não posso cuidar de ti. Vim para amar neste mundo, e até do amor me perdi. De que serviu tecer flores pelas areias do chão, se havia gente dormindo sobre o própro coração? E não pude levantá-la! Choro pelo que não fiz. E pela minha fraqueza é que sou triste e infeliz. Perdoa-me, folha seca! Meus olhos sem força estão velando e rogando áqueles que não se levantarão... Tu és a folha de outono voante pelo jardim. Deixo-te a minha saudade - a melhor parte de mim. Certa de que tudo é vão. Que tudo é menos que o vento, menos que as folhas do chão...

Nem tudo é fácil

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É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer triste. É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil não dizer nada É difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre. É difícil agradecer pelo dia de hoje, assim como é fácil viver mais um dia. É difícil enxergar o que a vida traz de bom, assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua. É difícil se convencer de que se é feliz, assim como é fácil achar que sempre falta algo. É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer chorar. É difícil colocar-se no lugar de alguém, assim como é fácil olhar para o próprio umbigo. Se você errou, peça desculpas... É difícil pedir perdão? Mas quem disse que é fácil ser perdoado? Se alguém errou com você, perdoa-o... É difícil perdoar? Mas quem disse que é fácil se arrepender? Se você sente algo, diga... É difícil se abrir? Mas quem disse que é fácil encontrar alguém que queira escutar? Se alguém reclama de você, ouça... É difícil ouvir certas coi

Essencial- O Valioso Tempo Dos Maduros

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Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Tenho muito mais passado do que futuro. Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas. As primeiras ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço. Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares talentos e sorte. Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha. Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas que, apesar da idade cronológica, são imaturas. Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário-geral do coral. As pessoas não debatem conteúdos, apenas rótulos. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa… Sem muitas cerej

Eu Nunca Quis Um Amor Perfeito

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Ainda que fosse só a boa conversa, a química eletrizante, o sexo livre. Ainda que fosse só a atração física, a admiração das ideias ou os beijos encaixados. Você já me valeria a pena. Mas não é. Tem isso e ainda todo o resto. Escuto as pessoas se queixarem repetidamente que o amor completo anda escasso no mercado. Encontra-se, às vezes, só a beleza, a afinidade ou o sexo inesgotável. Falta o resto. Ou ainda, a paciência, o companheirismo, o aconchego. Mas a incompletude, ainda sim, reina. E os pessimistas, dizem que não é possível achar alguém do jeitinho que você quer. Alguém que te complete, que te baste, que te encante repetidamente. Eu, insisto no contrário. Porque amores incompletos, não saciam a fome. É como uma dieta só de proteína – você se sustenta por um tempo, se engana, inventa que o buraco no estômago está saciado – bebe água, fuma um cigarro. Mas, a falta de carboidrato, cedo ou tarde, pega. E você volta pro início. Eu nunca quis um amor perfeito. Sempre quis mesmo foi

O Contrário Do AMOR

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O contrário de bonito é feio, de rico é pobre, de preto é branco, isso se aprende antes de entrar na escola. Se você fizer uma enquete entre as crianças, ouvirá também que o contrário do amor é o ódio. Elas estão erradas. Faça uma enquete entre adultos e descubra a resposta certa: o contrário do amor não é o ódio, é a indiferença. O que seria preferível, que a pessoa que você ama passasse a lhe odiar, ou que lhe fosse totalmente indiferente? Que perdesse o sono imaginando maneiras de fazer você se dar mal ou que dormisse feito um anjo a noite inteira, esquecido por completo da sua existência? O ódio é também uma maneira de se estar com alguém. Já a indiferença não aceita declarações ou reclamações: seu nome não consta mais do cadastro. Para odiar alguém, precisamos reconhecer que esse alguém existe e que nos provoca sensações, por piores que sejam. Para odiar alguém, precisamos de um coração, ainda que frio, e raciocínio, ainda que doente. Para odiar alguém gastamos energia, neurô

O AMOR PRETO E BRANCO

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O que dizer, o que fazer, quando as palavras não chegam, e o coração transborda de emoções que clamam por se expressar? Ficar, ir, ou vir, nada significa nada; nada nos satisfaz a não ser aquilo que teima em pulsar no peito, a um ritmo acelerado. O que seria dos humanos se não pudessem falar, se não pudessem expressar a linguagem que somente os sentimentos são capazes de criar? Quem escreve acredita que as palavras são pensamentos alados que o vento traz, porém na verdade são as palavras que criam asas, levadas, impulsadas pelo sopro das emoções. Esta é uma trilogia mágica: palavras, pensamentos, emoções…um ciclo sem começo e sem final, que os poetas sonham, que os humanos inventam. Inventam fórmulas, com pequenos traços que transformam-se na magia mais pura que existe: a palavra! E a usam a todo momento, displicentemente, sem medir a sua criação, sem prever o que será por ela gerado. Escrever, criar fórmulas encantadas, é uma grande responsabilidade, mal compreendida, e algu

Cartas a Um Poeta

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Paris, 17 de Fevereiro de 1903. Meu caro senhor: Acabo de receber a sua carta. Não quero deixar de lhe agradecer a grande e preciosa confiança que esta representa, mas pouco mais posso fazer. Não analisarei a maneira dos seus versos, porque sempre fui alheio a qualquer preocupação critica. Para penetrar uma obra de arte, nada, aliás, pior do que as palavras de crítica, que apenas conduzem a mal-entendidos mais ou menos felizes. Nem tudo se pode aprender ou dizer, como nos querem fazer acreditar. Quase tudo o que acontece é inexplicável é inexprimível e se passa numa região que a palavra jamais atingiu. E nada mais difícil de exprimir do que as obras de arte. – seres vivos e secretos cuja vida imortal acompanha a nossa vida efémera. Dito isto, apenas posso acrescentar que os seus versos não revelam uma maneira sua. Contém, é certo, germens de personalidade, mas ainda tímidos e escondidos. Senti-o, sobretudo , no seu último poema: A Minha Alma. Neste poema, qualquer coisa de pessoal

Sorte de Viver

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A solidão planeia a morte… A escuridão mete-me medo… Eu temo o esquecimento… O tempo escasseia Não sei o que fazer… Não dei se devo temer… Todos os segundos, tenho medo A solidão, a escuridão, o esquecimento Todos devemos temer… Pois com eles chega a morte E com eles se vai a sorte de viver…

Esvai-se

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Quando uma lágrima rola por minha face, e encontra no chão frio sua última morada, eu sinto que com ela também se foram um pouco dos meus sentimentos, medos, angústias... e tudo aquilo que já me fez bem... Junto com aquela gota doce amarga se vai um pouco da minha alma, se vai um pouco da minha essência, se vai a dor que carrego atrás dos meus olhos.

Como uma rosa que sangra

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Como uma rosa que sangra me sinto agora... Chorando de dor, jorrando tristeza por todos os poros. Querendo morrer... Bem longe, Longe de tudo, longe de todos aqueles que dizem me amar. Uma ânsia imensa de me atirar do mais alto penhasco, Ou de me cortar com o mais afiado punhal. Sangrarei eternamente... Derramarei lágrimas eternas, que me molham, Da forma mais violenta possível. Lágrimas de sangue, afiadas, que ao cair... Rasgam-me a face, furam meus olhos e cortam-me a língua. Como uma rosa pálida e sem pétala me sinto agora. Nem a lua com o seu mais íntimo encanto, é capaz de libertar-me dessa maldita dor.

Rosas ao Sudário

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Rosas tão belas, inocentes De aparência serena O extasiante perfume, A muitos lembra o amor, A mim, causa apenas dor Com seus espinhos vazou–me as veias, Sangrei assim por ela Saciando os desejos vis. O perfume retorna a mim, a imagem Da tez lívida, fria e inerte Angustiante silêncio, sem nunca findar. Gotas da chuva regiam a sinfonia nênia, O vento tocava seus cabelos, como cordas d'harpa celestial. O frio rachava meus lábios, O qual um dia, provou de seus beijos lascivos, No peito jazia o calor, ardendo em paixão, Ardor agora, apenas da alma solitária A pagar eternamente o débito por um amor jamais concebido.

Já é Noite

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Caminhando por um lugar desconhecido com pensamentos trágicos do passado a noite está me perseguindo já não tenho lágrimas para derramar sobre meu rosto vejo um ser pálido chorando em silêncio vejo que sua alma se foi tudo que eu tinha se foi, para que viver agora? Vá seu dever aqui foi cumprido Vá para seu mundo desconhecido vá para seu mundo onde é somente seu deixe o passado consumir essa sua dor a noite parece não ter fim a lua está desaparecendo atrás das nuvens cinza uma dor terrível estou sentido não tenho rumo esta noite onde irei me esconder desse frio que bate em meu rosto não consigo aquecer meu coração, que aos poucos vai parando já é noite e nada mais sei estou perdendo minha consciência só tenho uma última coisa a fazer cavar meu túmulo para que eu descanse em paz ninguém virá ao meu sepulcro para dizer o último adeus tomado pela chuva apenas os corvos irão me acompanhar tudo está acabado nessa hora mais difícil.

No fim

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O que fazer quando reflexos te abandonam e, o escuro é o seu único refúgio? O que vejo é apenas o nada, que, na verdade, já não parece tão vazio. Espelhos me dão medo, pois, o que me mostram é apenas o começo de algo camuflado, preso, mas nunca adormecido. Tudo está sem cor, e cheira como carcaças, medonhamente, podres. Já não sinto o escorrer do sangue, queimando, em manchas disformes, o papel em branco, cravado, dilacerando minha pele impura. Algo grita em minha mente, coisas insanas, perturbadoramente coerentes. Meus olhos movimentam-se rápidos, atrás de pálpebras, firmemente fechadas. Caminhos regados a impiedosas dúvidas, no fim, são apenas caminhos. Profecias, afinal, apenas são escolhas. Medos são apenas visões de nossa própria natureza. E o fim... Desconhecido, provocante e irônico... O fim, Indiscutivelmente, é apenas o início.

A Velha da Cabana

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Seu corpo já exala cheiro de extenuação A morte é tudo, menos perfumada... O bom senso que vem da alma. Desconheço... As formas à ela atribuídas, carregam o peso do sofrimento lacrimal. Senhora de palavras tortas, quer apenas pedir socorro, mas ignota o caminho. Ela sangra a cada noite solitária, cujos fantasmas em memória são os únicos amigos. A agitação dos vasos sanguíneos em seus olhos denota o grito silencioso que nem de perto se escuta. Senhora de magia, poderes, esperando pela morte cultiva seu fim fingindo não se definhar. Sorrisos... O medo... O temor ao seu deus; A magia controversa à igreja, A força inexistente, apenas falsa, Os por quês... Tudo parte de um ser que logo irá embora. O engraçado é que já estou com saudades.

Clarear capaz de fazer tudo para vencer.

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Deixe-me sentir a melodia Sua respiração no meu ouvido, O olhar suave em seus olhos Que diminuiu a tristeza da minha E seu soft dedos brancos Que está entrelaçada com a minha. Eu te vejo como isso de novo Frente iluminada de mim Com os olhos fixos nos meus E com aquela sensação de solidão Nós isolado de tudo e todos Para, assim, em silêncio falar. Conte-me sobre você, Olhe em meus olhos fixos em seu E meu rosto "apaixonado" com a sua beleza; Você me escuta Deixe-me ver por trás das contas de vidro E seu desejo de doces que eu já provei. Vamos caminhar juntos na pradaria Olhe para o céu e todos os riámonos Pegue minha mão e elévame Mande-me não quero, não me deixe ir Magic, vejo a magia Não me deixe, eu vejo a magia. Diga adeus agora Ir e dizer adeus com um bye Atrás de uma parede transparente Procure caminhar feliz Pular e dançar feliz Que prado onde eu poderia tocar o céu. Agora deixe-me explodir sua Vestido de amor e luz Andando pelos

O piano parte 2

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Eu quero sentir cada nota Cada som que me percorre a alma Quero viver esta pauta Quero reinar nesta calma Piano que tocas para mim Não me oiças, não pares Não me deixes na espectativa Continua a soar assim Pois tocar-me é o que queres Queres que por ti eu viva E mesmo que não quisesses, viveria E se não mais tocasses, morreria Porque tu és a unica paz de que gosto Oh... e como te amo Por isso assim insisto Conquisto-te, conquistas-me Toco-te, amando-te mesmo E assim tu me tocas Com o teu som belo e envolvente Aquela bela suavidade quente Tu sorris a meu lado Tu lamentas pelo meu passado Tu amas comigo, tu choras pelo meu amigo E esta noite, tocarás para as estrelas Esta noite, tocarás para o vento Tudo porque elas são belas E por este simples momento.

O piano

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Dizem que a tua alma é de aço, e realmente é, Nem por isso sua singeleza é comprometida. Mas quando queres ser enérgico, agressivo ou mesmo explosivo, Posso sentir o tremor do teu impero a distancia. Teu corpo negro e robusto me faz indagar, Como podes ser tão rude na aparência, E sussurrar melodias tão doces ao ponto do pranto me levar? Sentar-se a seu lado é privilégio para poucos, merece respeito, Só os melhores e mais estudiosos tem esse prazer. Eu poderia ficar horas só a te observar, Mas prefiro extrair de ti o que tens de melhor. Ah! Como é bom poder tocar teu corpo, Sentir tuas vibrações em minhas mãos, Perceber o belíssimo timbre da tua voz massagear meus ouvidos. Oh! Me faz sonhar! Fazei-me viajar, Leva-me a outros mundos através das obras dos mestres, Aqueles mesmos mestres que renderam-se ao teu poder, O poder de encantar e gracejar a todos, Todos que de ouvidos abertos deixaram tua musica penetrar. Homens como Chopin dedicaram suas vidas a você, Mas eu sou apenas um apr

A noite

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O dia claro finalmente vai passando e ela vem aos poucos, vem sublime escurecendo as lembranças amargas trazendo consigo imagens cheias de mistério vem ela fascinante, vem toda deslumbrante ela chega linda, cheirando a relva molhada. A noite recoberta de estrelas cintilantes cheirando a rosa dourada no fogo da paixão chega como a noiva, coberta de diamantes brilhando como a lua, roubando meu coração. Passo as horas a esperar você, cantando uma prece para que venha sem demora caminha como a rainha em seu império cheia de beleza, ninguém neste mundo resiste aos seus encantos, vem ela inebriante com olhos vivos como a mulher apaixonada. A noite recoberta de estrelas cintilantes cheirando a rosa dourada no fogo da paixão chega como a noiva, coberta de diamantes brilhando como a lua, roubando meu coração. A lua brilhante aos poucos vai desaparecendo as estrelas cintilantes vão se apagando devagar vestígios do dia vão surgindo, sem demora ela vai partindo, caminhando, vai indo emb

Troco o dia pela noite

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Troco o dia pela noite, prefiro a Lua ao Sol. O Sol queima a pele, derrete os pensamentos. A Lua, não, é pura calma e inspiração. Já não reclamo mais a sua presença, sem ela meu corpo fica em paz e não atrapalha meus pensamentos. O pior efeito da paixão é fazer-nos perder o juízo, o senso, a razão e nos fazer viver à flor da pele. Sem teus olhos, com certeza manterei minha decisão. O que me mata é teu cheiro e teu sorriso, mas uma vez que não o sinta e não o veja passo a desejar-te menos. E assim será até desaparecer completamente de meus sonhos e não bater acelerado meu coração toda vez que os meus pensamentos voltarem a você. Serão apenas lembranças de boas e intensas experiências que por um momento quase fizeram com que eu desviasse meu caminho. Como quase é NADA, logo estarei no meu lugar. Graças à sua ausência que faz com que a febre que eu sinto, aos poucos, dê lugar à lucidez.

OS OPOSTOS

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Vens do alto do céu ou das profundezas do inferno!? Metade anjo, metade demônio, Manso como um pássaro e selvagem como uma onça, Ás vezes me assusta, e outras acalma, Quando estou contigo meu mundo fica de pernas pro ar Sinto uma euforia, e também melancolia, Posso andar pela luz e também pelas trevas, És minha força, e minha fraqueza, Sinto-me livre, mas estou acorrentada a ti, Sinto-me acordada, mas sei que estou em transe, Amor e ódio consomem o meu peito, Estou sã, mas também à beira da loucura Imagens passam em minha mente, mas ela está completamente vazia, Em teus olhos vejo um abismo que me convida a pular dele Minha mente resiste, mas meu coração não Minha alma chora gritando teu nome Meu coração deseja ser teu, Enquanto meu corpo queima nas chamas da paixão Amar-te é minha sina E esse amor é minha D’ádiva... E minha Maldição...

Noite do Encontro

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Fraca ou forte Eu me curvo da morte Não sei se é por sorte Talvez ela volte Não sei nem se estou viva Estou sendo sempre seguida Sendo a morte ou não Sinto sempre nas mãos Mãos tão gélidas e brancas Como a de um defunto Meras comparações que pra mim já são tantas Ao corpo de um morto que sempre me junto Sinto sempre calafrios Sei que esse é meu amor São esses arrepios Que me enchem de ardor Alma fria que se deita em mim E deixa de ser tão ruim Uma noite de calor Passa a ser uma noite de amor Um amor diferente Que não envolve corações Mais são sempre envolventes E não se tem desilusões Amor que envolve espírito Um ser talvez imaginário Então eu me irrito Será que tudo isso é um cenário? Então ele sempre responde Com uma voz tão doce e mansa Não se espante, não se esconde Deite-se e descansa Ele está ali, sempre perto de mim Não posso ver, mas posso sentir Não é um ser tão ruim Não posso mentir A presença dele me acalma Nem sempre sou desse jeito Ele envolve minha al

Musa da Noite (Lua)

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Brilho incomparável, luz maravilhosa As noites são mais belas quando tu grande se torna E quando a vejo durante o dia acompanha-me sorrindo Nunca a vejo quando triste pois sua sombra vem cubrindo-a com um manto negro És como criança jovem, aprende a crescer com o tempo. És criativa e cheia de vida, ensina-nos a ter esperança, por um mundo melhor, dando fantasias a uma mente insana, criando assim uma utopia Diniz. Musa da noite, sua magia, é minha eterna inspiração

O último Pôr-do-sol

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Que dia mais breu céu e nuvens arroxeadas a lua brilha animada sorrindo luz brilho-espada a noite mais fria nasceu O pôr-do-sol não se viu O pôr-do-sol não vou ver E acordam os Velhos Filhos que do céu caíram de lá Não vá pro sol, Não Vá! Se em cinzas não querem virar O pôr-do-sol não se viu Nem nunca mais o vou ver

Alucinação de um pobre coração

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Sem sono, angustiado dormirei no relento Sentindo a brisa do vento apunhalando o apunhalado Verei-a vindo até mim Nua, a mais bela flor Nas cismas encantadas de langor Sentirei o amor neste triste fim Nos teus ombros chorarei insanamente Oh! Donzela de um olhar pueril Deite-se comigo às margens do rio traga-me o amor eloquente Teu seio de mamilo rosado Beijo-lhe com intensa pureza Lua cheia que encanta com sua beleza Pare um encantamento como a mão do enforcado Estrelas iluminam um céu sombrio Teus lábios sangram como o amor Bebo deste sangue de voluptuoso frescor Gozo dessa alucinação hostil Não vá assim tão cedo Ao menos volte amanhã Ou parte-me agora como uma maçã Está linda nua, por isso tremo de medo O último toque dos lábios O sol já está por vir A raiar e fazê-la umir Volto ao meu sono, o sono dos sábios.

O sofrer de uma Alma

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Alma despedaçada Cacos espalhados no escuro Feridas sangrando arrependimento A única saída foi a morte Imploro à Deus o seu perdão Preciso me libertar de tudo Minha agonia no túmulo Demonstra a dor da minha alma Ainda não sei onde estou Será o inferno? Será um céu negro? Ou apenas a escuridão? Estou perdido em meus próprios pensamentos Choro em desespero Sou apenas mais um perdido Um anjo caído solitário A morte não foi o bastante

Lembranças em uma Noite Fria

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A noite chega trazendo escuridão e o vento carrega até mim a solidão me lembra como era lhe tocar, uma rosa sem espinhos lhe saborear, como o mais nobre dos vinhos Para mim o que resta é sonhar lembrar como era estar contigo antes da morte me levar ao túmulo, meu último abrigo.

Olhar nu

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O que um olhar pode me dizer sobre ti... Olhar de tristeza, Sem brilho e derretido numa derrota; Olhar de solidão, Profundo capaz de ver o enorme vazio dentro de si; Olhar de saudades, Observador a cada ponto, pra saber se você está em um deles; Olhar de raiva, Pupila dilata conduzida em ódio; Olhar de ignorância, Obscuro a não ver a si próprio Olhar de medo, saltando pra fora querendo se livrar da dor esperada; Olhar de traição, Bem abertos para não haver uma outra; Olhar de tristeza, solidão, saudades, raiva, ignorância, medo e traição. Acompanhados de uma lágrima para alimentar um único olhar... o da esperança!

Suspiros

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A vida Terna, que durou em tua presença Desvanecendo-se ao término do crepúsculo Pelo metal que reflete a imagem de um mundo melhor. O fio vermelho Que pensei correr teu sangue É mal sentido É contínuo Não doe a mim. Cego-me em lágrimas Talvez as mesmas que presenciaram meus risos por ti. Amei-te Amo-te Talvez depois disto amarei-te Mas por que não pode ser recíproco? Abandonou-me Amou-me Matou-me... Foi ti Que encarnado em mim Botou-me a idéia de fim.

A Descoberta de uma ilusão

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Noite fria, pensamentos insanos Aonde estou? Por que não sinto um coração a pulsar? Nem mesmo um sangue a correr? Ainda a vida em mim? Trago flores mortas nas mãos e Lágrimas de sangue em meu rosto Sinto a brisa fria do inverno, E o silêncio da noite Me perco em desejos, Como se pudesse morrer Ando nas trevas, Mas não sei onde estou Vejo anjos negros Que lamentam a minha dor Vejo uma sepultura, E ali estou!!!

Adeus minha Amada

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Oh, quanta saudade me deixaste Que nem o tempo será capaz de apagar Que a dor que sinto neste peito morto Por toda a vida vou carregar Quantas lágrimas derramei Ao te ver caída em seu leito de morte Teu vestido branco banhado em sangue Mergulhando-me numa tristeza tão forte E agora nada mais me resta A não ser a dor da saudade Já que tenho que caminhar sem ti Na longa estrada da infelicidade Ah, levanta desse túmulo Aí onde você está Vem depressa, vem correndo Pra me amar Vem com aquele vestido branco Que eu gostava de te ver Amor nem mesmo a morte Vai fazer, eu te esquecer Deixa saudade minha amada Teu lindo rosto que não mais posso ver Que se pra estar ao teu lado Desejo então desta vida morrer Mas esta castigo, esta sina Que não se pode mudar Deus que não me deixa partir Quis então te levar Tirou-me o mais belo que eu tinha Deixou-me o mais triste penar Apagou a chama que me iluminava Mas não tirou-me o Dom de te amar Nem Deus, nem o Diabo Vai fazer eu esquecê-la

Os Sentidos

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O vento sopra tua face sombria, Pertubando-lhe o sono. Seus sentidos ignorados tentam se opor contra si, Seu corpo parece fraco Diante da pressão abalando suas frágeis estruturas. Agulhas lhe espetam a alma como facas penetrando a pele impenetrável; Seu mundo se torna cada vez mais imune aos ventos gélidos Das almas perdidas, vagantes ao pôr-do-sol, Ao cair da noite levantam tempestades de ilusões sólidas Andando em direção a perdição contínua de portões Velhos e invisíveis, atravessando paredes de rocha inquebrável. A cada passo um momento de agonia, desespero e solidão. As pontas dos fios de cabelos secos Maleáveis com movimentos bruscos De passos rápidos entre buracos ao chão. Sombras perpétuas ignoram a lei dos mundos Ultrapassando os limites do tempo inestimável De valores sangrentos e variáveis Cuja noção denomina-se em perfeita decisão Os desafios insanos impostos por desorientados Olhos de seres impuros e imperfeitos Tornando o espaço cada vez mais confuso e ap

Já não dá mais

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Já não dá mais Pra ver a nossa história acabar assim, Tenho que aceitar que Chegou ao fim... Na verdade nunca deu valor. Na minha sepultura fria Lembro dos nossos Momentos de paixão O anjo esculpido em concreto, Me vigia do alto de minha lápide Me condenando A viver sem o seu amor... Agora faz frio No meu coração vazio Que te deu tanto amor E que você não correspondeu Na verdade... Nunca deu valor Mas eu não vou deixar A solidão me machucar. Vê se entende o que você me fez Não é assim tão fácil De apagar Vai ficar tudo bem Já não dá mais Pra viver assim Sem você ao meu lado Guiarei seus passos ao meu túmulo, E você será amado como jamais foi Sentirá o calor do meu sangue no teu corpo... E a sensualidade dos meus beijos Nos teus doces lábios... Já não dá mais pra esperar A ansiedade me tormenta a cada dia E a cada dia gosto e penso mais em você. Venha logo meu amor... Correndo para os meus braços Antes que o portal se feche E eu morra Afogada em minhas lágrimas de sangue...

O Vento Consolador

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Na noite eterna corre o vento que traz vozes que congela dores Eu não sou único Vento que contorna sua face, que toca seus lábios, Mas que não leva minhas palavras: e você não as ouve Mas ver em meus olhos, pois tudo está lá. Tudo sempre esteve lá. Vento que corre o tempo na minha vida fria Lívida. Que a transporta por esse mundo que tanto sangrei, Que hei de deixar... Que hei de te buscar... Que hei de vingar. Não tarde em seguir este vento pois já não há tempo Não tarde em segui-lo pois minha voz fraca. E ele já não a leva... Está frio aqui, minha vida cai como areia por entre meus dedos. Eu não sou o único. Já não há tempo. Não tarde-se, siga o vento.