Mulheres libanesas penduram vestidos de noiva pra protestar contra lei que permite que estupradores se casem com as vítimas
Para protestar contra uma lei da década de 40, ativistas libanesas penduraram, no último sábado, 31 vestidos de noiva ao longo da costa do Beirute – um para cada dia do mês.
Segundo Alia Awada, da ONG Abadd, o número de dias destaca a realidade diária de uma mulher estuprada e forçada a casar com seu estuprador. “Todos os dias uma mulher pode ser estuprada e forçada a se casar com seu estuprador“, disse.
Os vestidos, de papel, foram criados pela artista Mireille Honein, e fazem parte de uma campanha contra o artigo 522, que permite estupradores a se casarem com a vítima para escapar da punição legal para o crime. Segundo dados, uma em cada três mulheres no mundo vive alguma forma de violência sexual ou física, sendo que 70% delas são de um parceiro íntimo.
Os protestos ocorrem por conta de uma votação que irá acontecer no próximo dia 15 de maio, onde deputados irão decidir se a lei deve ser abolida ou não. “Este
Artigo 522 é da idade da pedra. Como podemos aceitar que uma mulher
seja estuprada e depois vendida para viver em uma prisão?”, disse Jean Oghassabian, ministro do Líbano para Assuntos da Mulher, à AFP.
Se o resultado da votação for favorável, o Líbano irá se juntar a uma série de países que tomaram medidas contra leis igualmente prejudiciais,
como a Costa Rica (2007), o Uruguai (2006), a Romênia (2000), o Perú
(1998) ), a França (1994), a Itália (1981), o Egipto (1999) e o Marrocos
(2014).
Mas, infelizmente, muitos países ainda mantêm disposições legais que permitem que os estupradores fiquem impunes casando com suas vítimas, são eles: Argélia, Bahrein, Iraque, Kuwait, Líbia, Palestina, Síria e Tunísia.
Imagens © Divulgação/AFP/Getty/AP/REX/Shutterstock
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