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Mostrando postagens de novembro, 2013

PRIBIDO

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Amar-te sem medidas, amar-te por inteira. Um amor proibido, não vivido, mas verdadeiramente sentido. Um intenso desejo de tocar-te, beijar-te, abraçar-te, sentir o seu cheiro, beijar sua boca, sentir o sabor do seu beijo me faz viajar, sonhar, delirar. Amar-te é tudo que sei fazer, amar-te é simplesmente não deixar de te amar, é morrer com esse amor, é morrer por esse amor

~ Soneto 18 ~

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Se te comparo a um dia de verão És por certo mais belo e mais ameno O vento espalha as folhas pelo chão E o tempo do verão é bem pequeno. Ás vezes brilha o Sol em demasia Outras vezes desmaia com frieza; O que é belo declina num só dia, Na terna mutação da natureza. Mas em ti o verão será eterno, E a beleza que tens não perderás; Nem chegarás da morte ao triste inverno: Nestas linhas com o tempo crescerás. E enquanto nesta terra houver um ser, Meus versos vivos te farão viver.

SONETO LXXXVII

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Quando me tratas mau e, desprezado, Sinto que o meu valor vês com desdém, Lutando contra mim, fico a teu lado E, inda perjuro, provo que és um bem. Conhecendo melhor meus próprios erros, A te apoiar te ponho a par da história De ocultas faltas, onde estou enfermo; Então, ao me perder, tens toda a glória. Mas lucro também tiro desse ofício: Curvando sobre ti amor tamanho, Mal que me faço me traz benefício, Pois o que ganhas duas vezes ganho. Assim é o meu amor e a ti o reporto: Por ti todas as culpas eu suporto.

~ Soneto 23 ~

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Como no palco o ator que é imperfeito Faz mal o seu papel só por temor, Ou quem, por ter repleto de ódio o peito Vê o coração quebrar-se num tremor, Em mim, por timidez, fica omitido O rito mais solene da paixão; E o meu amor eu vejo enfraquecido, Vergado pela própria dimensão. Seja meu livro então minha eloqüência, Arauto mudo do que diz meu peito, Que implora amor e busca recompensa Mais que a língua que mais o tenha feito. Saiba ler o que escreve o amor calado: Ouvir com os olhos é do amor o fado.

William Shakespeare

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 assim como me vedes neste momento, eu sou. Para mim própria não seria ambiciosa em meus desejos de querer ser muito melhor em tudo. Mas triplicar quisera vinte vezes, para vós, o que sou, ser mais formosa mil vezes, dez mil vezes mais senhora de um rico patrimônio. Para em vosso conceito ser mais alta, desejara ter conta incalculável de virtudes, belezas, bens e amigos; suas a soma total de quanto valho é soma negativa, que define, grosso modo, uma jovem sem preparo, talentos e experiência, que se julga feliz apenas por não ser tão velha que não possa aprender, e venturosa por não ser tão obtusa de nascença que aprender não consiga coisa alguma. Mas a suma ventura nisto tudo consiste em poder ela inteiramente vos confiar o espírito maleável, para que a dirijais, na qualidade de marido, senhor e soberano. Eu, com tudo o que tenho, desde agora passo a ser toda vossa. Até há momentos, era eu senhora desta bela casa, dona dos meus criados, soberana de mim própria; mas

Dias

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e que são feitos os dias? - De pequenos desejos, vagarosas saudades, silenciosas lembranças. Entre mágoas sombrias, momentâneos lampejos: vagas felicidades, inatuais esperanças. De loucuras, de crimes, de pecados, de glórias - do medo que encadeia todas essas mudanças. Dentro deles vivemos, dentro deles choramos, em duros desenlaces e em sinistras alianças...  

DIGA NÃO AOS COVARDES

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 Intenções soltas e desejos desconexos. Esse mistério todo é uma violência contra a minha inteligência. Sejamos diretos para não sermos idiotas: eu te quero. Você me quer? Não sabe? Ah, então vá pra puta que te pariu. (E vá ser vago na casa da sua mãe porque embaixo da sua manga eu não fico mais!) Seja inteligente, faça jus à espécie, seja Sapiens. Perceba o sinal verde, ultrapasse. Eu não sou morna e, se você não quiser se queimar, morra na temperatura do vômito. E bem longe de mim. Eu ainda quero muito. Quero as três da manhã de um sábado e não as sete da tarde de uma quarta. Vamos viver uma história de verdade ou vou ter que te mandar pastar com outras vaquinhas? A sorte é sua de ser amado por mim e eu quero agora, ontem, semana passada. Amanhã não sei mais das minhas prioridades: posso querer dormir com pijama de criança até meio-dia, pagar 500 reais numa saia amarela, comer bicho-de-pé no Amor aos Pedaços ou quem sabe dar para o seu chefe em cima da me

DESEJOS

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Desejo a vocês... Fruto do mato Cheiro de jardim Namoro no portão Domingo sem chuva Segunda sem mau humor Sábado com seu amor Filme do Carlitos Chope com amigos Crônica de Rubem Braga Viver sem inimigos Filme antigo na TV Ter uma pessoa especial E que ela goste de você Música de Tom com letra de Chico Frango caipira em pensão do interior Ouvir uma palavra amável Ter uma surpresa agradável Ver a Banda passar Noite de lua cheia Rever uma velha amizade Ter fé em Deus Não ter que ouvir a palavra não Nem nunca, nem jamais e adeus. Rir como criança Ouvir canto de passarinho. Sarar de resfriado Escrever um poema de Amor Que nunca será rasgado Formar um par ideal Tomar banho de cachoeira Pegar um bronzeado legal Aprender um nova canção Esperar alguém na estação Queijo com goiabada Pôr-do-Sol na roça Uma festa Um violão Uma seresta Recordar um amor antigo Ter um ombro sempre amigo Bater palmas de alegria Uma tarde amena Calçar um velho chinelo Sentar

Vazio

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A noite é como um olhar longo e claro de mulher. Sinto-me só. Em todas as coisas que me rodeiam Há um desconhecimento completo da minha infelicidade. A noite alta me espia pela janela E eu, desamparado de tudo, desamparado de mim próprio Olho as coisas em torno Com um desconhecimento completo das coisas que me rodeiam. Vago em mim mesmo, sozinho, perdido Tudo é deserto, minha alma é vazia E tem o silêncio grave dos templos abandonados. Eu espio a noite pela janela Ela tem a quietação maravilhosa do êxtase. Mas os gatos embaixo me acordam gritando luxúrias E eu penso que amanhã... Mas a gata vê na rua um gato preto e grande E foge do gato cinzento. Eu espio a noite maravilhosa Estranha como um olhar de carne. Vejo na grade o gato cinzento olhando os amores da gata e do gato preto Perco-me por momentos em antigas aventuras E volto à alma vazia e silenciosa que não acorda mais Nem à noite clara e longa como um olhar de mulher Nem aos gritos luxuriosos dos gatos se a

Soneto 43

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 Sábio é quem monotoniza a existência, pois então cada pequeno incidente tem um privilégio de maravilha. O caçador de leões não tem aventura para além do terceiro leão. Para o meu cozinheiro monótono uma cena de bofetadas na rua tem sempre qualquer coisa de apocalipse modesto. Quem nunca saiu de Lisboa viaja no infinito no carro até Benfica, e, se um dia vai a Sintra, sente que viajou até Marte. O viajante que percorreu toda a terra não encontra de cinco mil milhas em diante novidade, porque encontra só coisas novas; outra vez a novidade, a velhice do eterno novo, mas o conceito abstracto de novidade ficou no mar com a segunda delas.

Ameniza

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    Minha dor Renova-me Minha dor Ameniza,ameniza Liberta,Liberta-me Minha dor Ameniza Coloca-me ordem Ameniza Se engaram É fato , é fato Ameniza Me reconcilia com meu inimigo Ameniza Me reconcilia com meu inimigo Ameniza Ameniza a dor Ameniza minha dor Ameniza minha dor Ameniza-me Minha dor, Rei Ameniza minha dor Ameniza minha dor Está doendo Ameniza Coloca-me ordem Ameniza Se engaram É fato , é fato Ameniza Me reconcilia com meu inimigo Ameniza Me reconcilia com meu inimigo Ameniza Ameniza a dor Am

Correntezas do Orinoco(Enya)

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  Me deixe navegar, me deixe navegar, deixe as correntezas do Orinoco, lê deixe chegar, me deixe encalhar nas praias de Trípoli... Me deixe navegar, me deixe navegar, me deixe quebrar em sua costa, lê deixe chegar, me deixe encalhar muito além do Mar Amarelo... De, de de, de de, de de, de de, de Veleje, veleje, veleje. Veleje, veleje, veleje. Veleje, veleje, veleje. Veleje, veleje, veleje. De Bissau para Palau - na sombra de Avalon, de Fiji para Tiree e as Ilhas de Ebony, do Peru para Cebu sinta o poder do Babilônia, de Bali para Cali - muito abaixo do Mar de Coral. De, de de, de de, de de, de de, de Descubra-o, descubra-o, descubra-o, ooh Descubra-o, descubra-o, descubra-o, ooh Descubra-o, descubra-o, descubra-o, adeus.Aah.. Veleje, veleje, veleje. Veleje, veleje, veleje. Veleje, veleje, veleje. Veleje, veleje, veleje. De Norte a Sul, de Ebudae para Khartoum, do profundo Mar de Nuvens para a Ilha da Lua,

Só o Tempo

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  Quem pode dizer aonde vai a estrada ? Para onde vão os dias ? Só o tempo E quem pode dizer se o seu amor crescerá conforme seu coração escolher ? Só o tempo Quem pode dizer porque seu coração suspira conforme seu amor flutua ? Só o tempo E quem pode dizer porque seu coração chora quando seu amor morre? Só o tempo Quem pode dizer quando os caminhos se cruzam que o amor deve estar em seu coração ? E quem pode dizer quando o dia termina se a noite guarda todo o seu coração ? se a noite guarda todo o seu coração... Quem pode dizer se o seu amor crescerá conforme seu coração quiser ? Só o tempo E quem pode dizer aonde vai a estrada ? Para onde vão os dias ? Só o tempo Quem sabe?

Noite vintage

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 É rápido como uma sombra, curto com um sonho Breve como um relâmpago na noite fria Que com melancolia revela tanto o céu quanto a terra E antes que o homem consiga dizer "Veja!" Os dentes da noite o devoram. E assim, depressa, tudo o que é luminoso Desaparece em meio à perplexidade

Lua e mar

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  Gosto mais da luz dessa lua minguante Perdendo-se no céu da escuridão, Como quando me perco em cada vão Do teu olhar intenso e irradiante Que tracejam linhas de sol constante, Tocam no adubo da terra, no chão, Toca suave e delicada sua mão, Faz crescer a raiz do meu verso errante. Minha alma canta assim como um rouxinol Esses versos teus que na língua minha São apenas pés de alguém que caminha Incerto seguindo as luzes do farol, Versos nessa noite que se avizinha, Buscando por ti, nascer do meu Sol.

A PROCURA DA POESIA

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  Não faças versos sobre acontecimentos. Não há criação nem morte perante a poesia. Diante dela, a vida é um sol estático, não aquece nem ilumina. As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam. Não faças poesia com o corpo, esse excelente, completo e confortável corpo, tão infenso à efusão lírica. Tua gota de bile, tua careta de gozo ou de dor no escuro são indiferentes. Nem me reveles teus sentimentos, que se prevalecem do equívoco e tentam a longa viagem. O que pensas e sentes, isso ainda não é poesia. Não cantes tua cidade, deixa-a em paz. O canto não é o movimento das máquinas nem o segredo das casas. Não é música ouvida de passagem, rumor do mar nas ruas junto à linha de espuma. O canto não é a natureza nem os homens em sociedade. Para ele, chuva e noite, fadiga e esperança nada significam. A poesia (não tires poesia das coisas) elide sujeito e objeto. Não dramatizes, não invoques, não indagues. Não percas tempo em mentir. Não te abor

Procura-se um amigo

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  Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações da infância. Preciso de um amigo para não enlouquecer, para contar o que vi de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças d´água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim. Preciso de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já tenho um amigo. Preciso de um amigo para parar de chorar. Para não viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que bata nos ombros sorrindo e chorando, mas que me chame de amigo, para que eu tenha a consciência de que ainda vivo.

Fim de um romance !

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Acabou nosso amor, sob um pretexto fútil Por fim chego a crer , eu já não ser útil. As coisas que sinto, eu digo francamente Não me dou por vencido, apesar de descontente Detesto lamuriar as injúrias recebidas Não costumo censurar tuas investidas Mas desta vez, meu amor sublime e puro Pede ao pobre coração que seja duro. Porque um amor candente, cinzas virou Quando a taça de cristal se esvaziou E o vinho que nela estava azedou E, se tão fatal poder, tem o destino Pobre de mim, que jamais o descortino E neste momento, sinto-me peregrino.

Qualquer um pode pagar

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  Se você quiser alguém não esqueça de me chamar meu preço é tão baixo quanto o seu e qualquer um pode pagar. Basta apenas um aceno não mais do que um olhar insinuante e de joelhos estou entregue às mentiras do romance. Enamorado por frases delicadas invento paraísos de carícias perfumadas e abraços de vulgares covardias. Tudo faz e nega para ter atenção mente, trai, rasteja no chão. É humilhado que nosso romance caminha. COMENTÁRIO: "Era divertido usá-la e também sentir-me usado. Os amantes se apegam tanto aos jogos! As palavras ganham o sabor do açúcar e o Destino parece um companheiro acolhedor. Admitamos por um instante apenas que as teias do auto-engano, da ilusão e da mentira não nos fossem permitidas: existiria algum suspiro sobre a terra? Olhos umedecidos pela saudade?"

Sorriso

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  Canta teu riso esplêndido sonata, E há, no teu riso de anjos encantados, Como que um doce tilintar de prata E a vibração de mil cristais quebrados. Bendito o riso assim que se desata - Citara suave dos apaixonados, Sonorizando os sonhos já passados, Cantando sempre em trínula volata! Aurora ideal dos dias meus risonhos, Quando, úmido de beijos em ressábios Teu riso esponta, despertando sonhos... Ah! Num delíquio de ventura louca, Vai-se minh'alma toda nos teus beijos, Ri-se o meu coração na tua boca!

soneto do teu corpo

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  Juro beijar teu corpo sem descanso Como quem sai sem rumo prá viagem. Vou te cruzar sem mapa nem bagagem, Quero inventar a estrada enquanto avanço. Beijo teus pés, me perco entre teus dedos. Luzes ao norte, pernas são estradas Onde meus lábios correm a madrugada Pra de manhã chegar aos teus segredos. Como em teus bosques. bebo nos teus rios. Entre teus montes, vales escondidos. Faço fogueiras, choro, canto e danço. Línguas de lua varrem tua nuca. Línguas de sol percorrem tuas ruas. Juro beijar teu corpo sem descanso

Soneto do amigo

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  Enfim, depois de tanto erro passado Tantas retaliações, tanto perigo Eis que ressurge noutro o velho amigo Nunca perdido, sempre reencontrado. É bom sentá-lo novamente ao lado Com olhos que contêm o olhar antigo Sempre comigo um pouco atribulado E como sempre singular comigo. Um bicho igual a mim, simples e humano Sabendo se mover e comover E a disfarçar com o meu próprio engano. O amigo: um ser que a vida não explica Que só se vai ao ver outro nascer E o espelho de minha alma multiplica...

Soneto do Coração Magoado

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    Fale coração tudo o que estás sentindo, Grite por aquele que está indo, Chore suas mágoas imperdoáveis, Aquelas extremamente notáveis. Deixe escorrer a lágrima retida, Ela pode ser alívio sem medida... Chore pela dor que sentes, Não deixe nenhuma semente. Apague de seu interior aquele sentimento, Que te deixou em alento. Só não esqueça coração, Do nome daquele que roubou tua emoção, Grave-o em cada parede sua, Mesmo que te deixe saudades nuas, Mas não o esqueça jamais... Um dia quando as lágrimas secarem, Quando gritos cessarem, Lembre-se de quem te feriu... E ele estará chorando a sua dor, Pois da vida dele você também partiu, E o deixaste sem seu amor.