Qual seria pior: que 100% dos humanos morressem ou 80%
Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Oxford publicou um artigo sobre a extinção humana na revista Scientific Reports e constatou que as pessoas não parecem encarar a perda da humanidade como trágica.
Eles
entrevistaram a mais de 2,5 mil pessoas nos Estados Unidos e Reino
Unido sobre três possíveis cenários: uma catástrofe que causa a extinção
total da humanidade, uma catástrofe que causa a morte de 80% da
população humana ou nenhuma catástrofe.
Os
participantes foram instruídos a classificar os três cenários de melhor
para pior. Conforme o esperado, a maioria das pessoas classificou o
cenário sem catástrofe como a melhor possibilidade.
Mas
quando questionados sobre a diferença entre os cenários de catástrofes,
os participantes viam a possibilidade de perder 80% da humanidade como
pior do que perder 100% das pessoas.
“Os participantes não veem a extinção humana como excepcionalmente ruim”, escrevem os autores.
Zebras vs. humanos
O curioso é que quando as vítimas do
cenário são trocadas, o resultado é bastante diferente: os cientistas fizeram
as mesmas perguntas, mas tratando de zebras ao invés de pessoas.
Ao pensar nas zebras, as pessoas preferiram
perder 80% delas do que 100%. Esta diferença acontece porque nos cenários que
envolvem humanos, as pessoas focam mais nos efeitos dessas mortes em quem ficou
para trás. Imagine perder sua família e amigos de uma vez e ter que continuar a
vida sozinho.
Em outras palavras, nós tendemos a pensar
em um mundo sem zebras como mais trágico do que um mundo em que a maioria delas
morre. Mas para a humanidade, a maioria das pessoas pensa o contrário.
Em busca da era de ouro
Os
pesquisadores encontraram uma forma de influenciar os participantes a
considerarem a perda de nossa espécie inteira como excepcionalmente
ruim: eles apenas mencionavam que a humanidade perderia a oportunidade
de viver uma existência longa e “melhor do que o que temos hoje em todas
as formas concebíveis”.
A
conclusão é que as pessoas têm maiores chances de se importarem com o
futuro da humanidade se elas estiverem se sentindo otimistas sobre o que
vai acontecer. Isso pode evitar caminhos autodestrutivos, como guerras
nucleares ou envenenamento da terra com poluição. [Futurism]
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