Pela primeira vez, astrônomos identificam estrelas atirando cometas na Terra
Um
novo estudo da Universidade Adam Mickiewicz (Polônia) descobriu que
duas estrelas podem ter “capturado” e lançado cometas em direção à
Terra.
Nuvem de Oort
Na extremidade do sistema solar, fica uma região conhecida
como Nuvem de Oort. A teoria dos astrônomos é de que os objetos que compõe a
nuvem tenham se formado nos primeiros estágios do desenvolvimento do sistema solar.
A região abriga diversos cometas que possuem órbitas longas
em volta do sol, como o Hale-Bopp, que leva 2.500 anos para fazer o trajeto
completo.
Desde
a década de 1950, quando Jan Oort propôs a existência da nuvem, os
pesquisadores suspeitam que estrelas possam passar por essa área e
“capturar” alguns desses cometas, lançando-os em seguida pelo céu, às
vezes em direção à Terra, de onde podemos enxergá-los.
O estudo
Para descobrir se isso podia mesmo acontecer, os astrônomos poloneses
calcularam a trajetória de 650 estrelas e as compararam com a órbita de 270 cometas
de longa distância.
Em seguida, criaram modelos de pares estrela-cometa para
tentar entender como seria sua história juntos. O próximo passo foi retirar a
estrela da equação para ver como isso alteraria o caminho do cometa.
Se
a órbita fosse de fato significativamente alterada, os astrônomos
saberiam que as estrelas haviam “tocado” os cometas. Os astrônomos
descobriram dois desses casos.
Apesar disso, eles concluíram que o
mecanismo proposto por Oort não é suficiente para gerar todos os cometas que
observamos – assim, é provável que a força gravitacional coletiva de estrelas
mais distantes também possa impulsionar cometas em órbitas de longo período.
“Eu acho que, em geral, é
difícil associar um cometa em particular a uma estrela em particular. Também
devemos considerar a contribuição potencial do fundo galáctico, que é
essencialmente a influência de todas as outras estrelas muito mais distantes,
mas também muito mais numerosas da galáxia”, disse o astrônomo Coryn
Bailer-Jones, do Instituto de Astronomia Max Planck (Alemanha), que não
participou do estudo.
Próximos passos
Os astrônomos têm esperanças de que
novos dados de pesquisa estelar possam esclarecer mais sobre as interações entre
estrelas e cometas.
Um artigo sobre a pesquisa foi publicado na revista científica Monthly Notices of the Royal Astronomical Society. [LiveScience]
Comentários
Postar um comentário