10 absurdos testes que caçadores de “bruxas” usavam para descobrir suas vítimas
A
humanidade tem muitas manchas em sua história. Uma das mais sombrias
delas é o que foi feito com as mulheres durante a Idade Média. Do século
15 ao século 18, a Europa era um lugar assustador, especialmente se
você fosse uma mulher idosa. A tensão entre a Igreja Católica e a Igreja
Protestante significava que o terror religioso era predominante, e a má
sorte era atribuída a adoradores e adoradoras do diabo. Guiados pelo
medo e pela ignorância, os julgamentos de bruxas europeias custaram a
vida de cerca de 200.000 pessoas na Alemanha, Suécia, França e
Grã-Bretanha.
O
site Listverse fez uma lista com os 10 métodos mais bizarros e macabros
que eram usados para identificar as supostas bruxas, através da
confissão das pessoas depois da tortura, ou mesmo métodos que “provavam”
sua culpa. Veja abaixo e tente identificar se estes métodos provariam
se você é praticante de bruxaria
10. O despertar da bruxa
Uma das técnicas de tortura mais famosas hoje em dia foi inventada para tentar fazer as bruxas “despertarem”. Os italianos foram pioneiros nesse método, conhecido como privação do sono, que se espalhou para outros cantos da Europa, como a Escócia.
A
acusada tinha um aro de ferro com quatro pontas afiadas colocado em sua
boca. A mulher era então presa à parede atrás dela, de modo que ela
seria incapaz de se deitar ou de descansar a cabeça. Além disso, os
homens encarregados de vigiar a suposta bruxa eram instruídos a mantê-la
acordada por qualquer meio que julgassem necessário.
Eventualmente,
depois de alguns dias, a vítima, como era de se esperar, começa a ter
alucinações. Quando questionada nesse estado, a mulher falaria sobre
coisasfantásticas que poderiam incluir a capacidade de voar,
transformar-se em animais e participar de rituais satânicos.
Os caçadores de bruxas alegavam que isto era a bruxa “despertando” dentro da mulher e era prova inegável de sua culpa.
9. Teste do toque
Acreditava-se que se uma pessoa sob efeito de alguma feitiçaria tocasse na pessoa que a enfeitiçou, uma reação adversa aconteceria. Baseados nessa crença, moradores da Inglaterra tentaram verificar se duas mulheres idosas, chamadas Rose Cullender e Amy Denny, eram ou não bruxas. Elas foram acusadas de enfeitiçar duas meninas que estavam sofrendo com ataques.
O
teste do toque era simples: a suspeita seria forçada a colocar as mãos
na pessoa que estava com problemas. Se a doença ou os ataques cessassem,
isso era visto como prova de que a acusada era culpada.
No
caso de Cullender e Denny, dizia-se que as crianças que estavam sofrendo
com o “feitiço” mantinham os punhos tão cerrados que até o homem mais
forte da aldeia não conseguia abrir seus dedos. Quando elas foram
tocadas pelas mulheres acusadas, as meninas abriram facilmente as palmas
das mãos.
Para
testar se as meninas estavam mentindo, o juiz as vendou e fez outros
membros da corte tocarem suas mãos. As meninas tiveram a mesma reação
toda vez que alguém colocava as mãos nelas, o que provava que elas
estavam fingindo. Então Cullender e Denny foram consideradas inocentes,
certo? Errado. Elas foram consideradas culpadas mesmo assim e foram
enforcadas.
8. A cremalheira
A Alemanha é considerada o país que mais executou bruxas. Durante a década de 1620, estima-se que os testes de cinco anos de duração em Wurzburg mataram mais de 900 pessoas. Ninguém estava a salvo do príncipe Philip Adolf von Ehrenberg, nem mesmo seu próprio sobrinho, 19 padres católicos e alguns meninos que foram considerados culpados de ter relações sexuais com demônios antes de serem decapitados ou queimados na fogueira.
Os
acusados eram considerados culpados após a confissão, e a tortura ainda
não era ilegal na Europa Central. Os alemães tinham muitos métodos
cruéis de forçar confissões, mas o mais popular era a cremalheira, algo
tão terrível quanto o nome sugere.
A
cremalheira geralmente consistia em uma estrutura de ferro com um rolo
de madeira em uma ou ambas as extremidades. As vítimas tinham as mãos
atadas a um rolo e os tornozelos atados ao outro. Durante os
interrogatórios, seus torturadores usavam os rolos para aumentar a
tensão nas amarras e esticar o acusado.
As
articulações da vítima acabariam por ser deslocadas e depois separadas
completamente, enquanto elas ouviam o estalar e o rompimento de seus
próprios ossos. Isso era o suficiente para qualquer um se declarar
culpado de qualquer coisa.
7. Picadas
Este chegou a ser considerado o método mais preciso de testar a feitiçaria. A acusada era despida completamente na frente da corte e depois tinha seus pelos e cabelos raspados da cabeça aos pés. O “picador” procuraria então a “marca do diabo” picando toda a vítima com uma agulha grossa.
Acreditava-se
que haveria um local na pessoa que não sangraria nem causaria dor,
prova de um contrato com o Diabo. Muitas mulheres confessavam apenas
para acabar com a humilhação.
Na
Escócia, alguém que tinha a função de picar bruxas poderia ganhar 6
libras por bruxa – o salário médio diário naqueles dias era de um xelim,
moeda que, até 1971, representava a vigésima parte de uma libra.
Como
na maioria dos empregos para a época, era uma profissão masculina. Mas
isso não impediu que uma mulher se tornasse uma das picadoras mais
infames de todos os tempos. Vestida como um homem e se chamando John
Dickson, Christian Caddell condenou até 10 bruxas à morte. Ela acabou
sendo capturada e banida para os Barbados.
6. Visgossar
A Suécia teve uma caça às bruxas bastante particular. Lá, as execuções eram baseadas nos depoimentos de crianças, muitas vezes dos filhos e filhas dos acusados, que eram torturados até fornecerem histórias adequadamente fantásticas.
As
crianças eram predominantemente questionadas sobre suas experiências
visitando Blakulla, a sala de banquetes do Diabo com um buraco no chão
através do qual se podia observar o inferno embaixo. As criativas
histórias criadas pelas crianças levavam à execução de seus pais.
Os
visgossar eram garotos que acreditavam ter o poder de identificar o
invisível Estigma Diaboli (marca do Diabo) na testa da bruxa. Depois de
um culto na igreja, era prática comum os meninos apontarem para algumas
mulheres e dizerem que elas eram bruxas, e estas pobres coitadas eram
muitas vezes executadas apenas alguns dias depois.
Os
garotos eram pagos por cada bruxa identificada, e isso significava que
muitos órfãos e mendigos alegavam ser visgossar para tentar ganhar
dinheiro. Não é de se espantar que esta era uma profissão perigosa: em
várias ocasiões, visgossar foram encontrados espancados até a morte
pelas famílias das pessoas que eles acusaram.
5. Afogamento
Alguns países da Europa utilizavam uma forma de humilhação pública bastante peculiar, que consistia em um instrumento que tinha um banco numa ponta, onde a vítima ficava amarrada e era exposta no local onde cometera sua ofensa. Caçadores de bruxa utilizavam este instrumento para identificar bruxas também, e ele se tornou um método bastante difundido e confiável para procurar uma bruxa. A suspeita era amarrada à cadeira com os pulsos atados aos tornozelos, então era abaixada abaixada em um corpo de água gelada.
A
lógica era simples. Se ela fosse culpada, ela flutuaria até a superfície
– seja porque havia renunciado ao batismo como rejeição de Deus ou
porque usaria seus poderes mágicos para flutuar e evitar o afogamento – e
seria morta como uma bruxa. Se ela fosse inocente, afundaria e se
afogaria – já que a vítima era inocente, ela seria aceita no Céu.
Aos
olhos dos caçadores de bruxas, esse era um destino muito melhor do que
viver como uma bruxa culpada, destinada à execução e ao inferno. Às
vezes, uma bruxa que flutuasse era afogada repetidamente até que
confessasse.
4. Pesando a bruxa
Pesar a alma das bruxas foi outra ideia brilhante que matou diversas mulheres inocentes. A Holanda tinha uma casa de pesagem muito famosa. Mulheres de lugares distantes, como a Alemanha e a Hungria, iam até lá para provar sua inocência. A ideia era bem simples (e estúpida): almas seriam pesadas. Como uma bruxa não possuiria uma, ela seria significativamente mais leve que uma mulher inocente.
A
casa de pesagem holandesa tinha um grande conjunto de balanças. A
acusada ficaria de um lado, e pesos de ferro eram colocados no outro.
Mulheres com o peso adequado recebiam certificados para provar sua
inocência. Os holandeses não eram os únicos que acreditavam que era
possível encontrar uma bruxa a pesando. Em Aylesbury, Inglaterra, era
prática comum despir uma mulher e pesá-la contra uma Bíblia pesada e
encadernada em ferro. Se a balança não se equilibrasse exatamente, a
mulher seria condenada como bruxa.
Em
outros lugares da Europa, as mulheres seriam pesadas contra pilhas de
Bíblias. Se elas não fossem consideradas culpados imediatamente, Bíblias
extras eram às vezes adicionadas à pilha.
3. Verificação dos cadáveres
Se alguém fosse acusado de assassinato por feitiçaria, poderia ser considerado culpado através de um método conhecido como ius cruentationis, que consistia em colocar o suspeito perto do cadáver e ver se alguma coisa acontecia. As pessoas acreditavam que a alma ainda residia no corpo logo após a morte e que o corpo reagiria de forma incomum na presença do assassino.
O
acusado era obrigado a chamar o nome da pessoa morta, andar ao redor do
cadáver e tocar as feridas do corpo. Se surgisse sangue novo, o corpo se
movesse ou a vítima começasse a espumar pela boca, o suspeito seria
considerado culpado.
O
que realmente acontecia em casos positivos era o vazamento de um líquido
conhecido como fluido de purga, que se parece com sangue e é expelido
de vários orifícios durante a putrefação. Os cadáveres também podem se
contorcer levemente, expelir o conteúdo de suas entranhas ou até mesmo
parecer “gemer” logo após a morte. Na época da caça às bruxas, isso
seria visto como a alma da pessoa deixando o corpo para escapar do
assassino.
2. Seios à mostra
Caçadores de bruxas suspeitavam de pessoas que tinham animais de estimação em casa. Acreditava-se que as bruxas mantinham demônios em suas casas como animais de estimação, disfarçados de cães, gatos, insetos ou roedores, e que este demônios eram amamentados com um mamilo especial dado à bruxa pelo próprio Diabo.
Pintas,
marcas de pele ou alguma marca de nascença incomum no corpo era
considerada prova de que a acusada praticava feitiçaria e alimentava
estes demônios domésticos dessa maneira.
Pelo
menos 80% das pessoas processadas por bruxaria eram do sexo feminino, e
a ideia de um seio maligno é um exemplo perfeito de como as ideias
contra o suposto perigo que a bruxaria representava eram misóginas.
Acusadas tinham seus seios expostos publicamente, chicoteados e
brutalizados.
Uma
história terrível e macabra envolve esta prática: uma mulher chamada
Anna Pappenheimer, do estado alemão da Baviera, foi torturada até
admitir ter relações sexuais com o Diabo. Como punição, seus seios foram
cortados e forçados em sua boca e depois na boca de seus dois filhos
adultos, antes que os três fossem queimados na fogueira.
1. Ser incapaz de chorar
O Malleus Maleficarum (“O Martelo das Bruxas”) era um documento medieval publicado sobre bruxas e suas práticas e sobre os métodos para conduzir julgamentos e puni-las. Foi escrito em latim por dois monges alemães. Por centenas de anos, foi o livro mais vendido na Europa, perdendo apenas para a Bíblia.
O
Malleus Maleficarum afirmava que as bruxas seriam incapazes de derramar
lágrimas reais quando colocadas diante de um juiz ou mesmo quando
submetidas a tortura. O livro ainda sugeria que os caçadores de bruxas
desconfiassem de bruxas maliciosas, que provavelmente “fingiriam
lágrimas cuspindo em seus próprios rostos”.
Porém,
durante o período medieval, a falta de cuidados de saúde e higiene
pessoal levava os idosos a sofrerem com infecções nos canais lacrimais,
que impedem o doente de derramar lágrimas. Isso significa que muitas
mulheres idosas eram executadas como bruxas simplesmente por estarem com
um problema de saúde.
Comentários
Postar um comentário