Argentina aprova aborto na câmara em votação histórica

Foram mais de 20 horas de discussão na Câmara de Deputados da Nação Argentina. Do lado de fora do palácio na capital Buenos Aires milhares de manifestantes a favor e contrários a um dos debates mais importantes da história do país latino-americano, o direito ao aborto. 

Em uma sessão tumultuada, digna dos grandes clássicos de futebol entre River Plate e Boca Júnior, os congressistas aprovaram a legalidade do aborto até a 14ª semana de gestação. Foram 129 votos pelo aborto, ante 125 contra.

Os rumos da controversa sessão quase se transformaram com a mudança de opinião dos peronistas Melina Delú e Ariel Rauschenberger, que surpreendentemente informaram que iam optar por barrar a lei. As dúvidas provocaram vigílias do lado de fora do prédio da câmara baixa por quase 24 horas.

Agora a legalidade precisa ser apreciada pelo Senado

Esta foi a primeira vez em que o tema foi debatido no parlamento e apesar de se descrever como um homem ‘a favor da vida’, o presidente argentino Mauricio Macri deixou muita gente surpresa ao encorajar o debate.

Até o momento não se sabe quando a legalidade do aborto será apreciada pelo Senado, contudo de acordo com o jornal argentino Clarín deve demorar até oito dias para que o projeto de lei ganhe status parlamentar. 

Em toda a América Latina a população de católicos passa dos 60% por isso debates polêmicos com o do aborto ainda são evitados pela maioria das nações. Não é o caso de Cuba e Uruguai e da Cidade do México, onde o aborto sem restrições é legal. Nos outros países o procedimento só pode ser feito em caso de risco de vida para a mulher, em situações envolvendo estupro ou de inviabilidade do feto, até aqui o caso da Argentina. 

Foto: Wikimedia Commons

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