Homem arrisca a vida pra salvar mil animais do festival de carne de cachorro que está acontecendo na China
Enquanto certas diferenças culturais
podem ser exóticos e interessantes convites à novidade, outras se mantêm
como nada além de cruéis tradições ancestrais que não precisavam mais
existir.É o caso do festival de carne de cachorro de Yullin, na China, que anualmente mata em torno de 10 mil cachorros para servir sua carne aos visitantes.
O festival acontece no início do solstício de verão, por uma crença de
que a carne canina faria o corpo suportar melhor o calor.
No lugar de simplesmente se espantar com o horror de tal tradição, o ativista americano Marc Ching
decidiu agir. Ele e sua namorada foram até a China e, fingindo serem
negociadores de cachorro para o abate, compraram mais de 1000 cães e os
enviaram para os EUA, para serem tratados e reabilitados.Ching dirige uma fundação de
resgate e cuidado aos animais. Em alguns casos, porém, Ching garante
ter conseguido simplesmente convencer os abatedouros a não cometerem tal
chacina e, com incentivo financeiro, começarem um novo negócio.
Ainda que o festival não seja
reconhecido oficialmente, a polícia local trabalha contra o esforço de
ativistas e voluntários. Mas Marc não se abala; ele já atuou em outras
cidades da China e do Camboja, e afirma que esse ano os trabalhos têm
colhido resultados, com um festival diminuído, menos animais abatidos e um número menor de carne de cachorro sendo oferecida para consumo.
Como todas as milhares de horríveis
tradições das quais a humanidade já se livrou, esse hábito se mantém
simplesmente por ser um hábito, como algo que não poderia se
transformar. Anualmente mais de 10 milhões de cachorros são abatidos
para consumo de carne na região. O trabalho de ativistas como Marc é o
de justamente mostrar que as coisas podem e devem se transformar.
© fotos: divulgação
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