O Vento Consolador

Na noite eterna corre o vento que traz vozes que congela dores Eu não sou único Vento que contorna sua face, que toca seus lábios, Mas que não leva minhas palavras: e você não as ouve Mas ver em meus olhos, pois tudo está lá. Tudo sempre esteve lá. Vento que corre o tempo na minha vida fria Lívida. Que a transporta por esse mundo que tanto sangrei, Que hei de deixar... Que hei de te buscar... Que hei de vingar. Não tarde em seguir este vento pois já não há tempo Não tarde em segui-lo pois minha voz fraca. E ele já não a leva... Está frio aqui, minha vida cai como areia por entre meus dedos. Eu não sou o único. Já não há tempo. Não tarde-se, siga o vento.

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