sozinho, autodestrutivo e inexistente

Os desenhos inacabados mostram uma cena relativamente comum Por vezes traços teimosos davam lugar a uma calmaria romântica E por mais vezes o jogo de luzes era dominado pela escuridão O reflexo das asas era encoberto de uma névoa alva E sob o luar esvoaçava gritante, aquilo Um esboço diabólico, indecifrável e desalmado Cingido de um passado negro e um futuro aquém O presente certamente é tormentoso Porém é tirado das minhas poucas forças E de recursos escassos e dores, muitas dores A peçonha deste vulto me corrompe dia após dia E persisitirá por não sei quantos mil anos II As estrelas adormecem numa onda calma e negra Enquanto a minha pequena folia ébria acontece As felicitações com as quais me permito envolver Não passam de um véu escasso e desbotado Os sopros de esperança constituem pequenos ruídos Que embalam meu espírito sonhador num grito louco O infinito terrível assusta os meus castanhos desesperos Quebrando meu seio de criança despejando-me na realidade crua III Eu quero buscar no sonho derretido a fogueira mais visionária Colherei flores em delírio que caem como neve dos raios das estrelas Para deitar-me pacificamente por entre os juncos flutuantes E desvanecer como a doce Ofélia*.

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