Francês tenta cruzar o Atlântico num barril e chega até metade do caminho

Em
 1984, ao longo de cem dias entre junho e setembro, o brasileiro Amyr 
Klink se tornou um navegador de reconhecimento internacional após cruzar
 o Oceano
 Atlântico Sul em um barco a remo completamente sozinho. Saindo da 
Namíbia, na África, Klink remou até Salvador, na Bahia, para entrar para
 a história como a primeira pessoa a realizar tal feito. Passados 35 
anos, agora o francês Jean-Jacques Savin também está tentando entrar 
para a história cruzando o Atlântico. Sua missão, porém, não irá repetir o realizado pelo brasileiro nem será exatamente um feito da navegação: Savin está cruzando o oceano dentro de um barril, sem motor nem vela ou remo, levado somente pelas marés.

“Não sou capitão de um barco, mas sim passageiro do oceano. Ele me leva pra onde quiser”, escreveu Savin, em uma de suas atualizações diárias
 feitas pelo Facebook com o uso de internet via satélite. O francês 
partiu das Ilhas Canárias no dia 26 de dezembro, e já cruzou mais de 
2.700 quilômetros boiando à deriva pelo oceano em uma espécie de barril 
preparado, como uma cápsula de material resistente, com três metros de 
comprimento e dois de diâmetro.

Dentro,
 apenas uma cama, uma pia (que utiliza água dessalinizada do mar), um 
fogareiro, um assento e um recipiente para guardar a comida em pó da 
qual se alimenta.

Há
 poucos dias Savin dividiu pela internet que já chegou à metade de sua 
travessia. “Neste ritmo, talvez eu consiga chegar em alguma ilha entre 
Guadalupe e Porto Rico na segunda metade de abril ou início de maio, se 
os ventos ajudarem e soprarem na direção certa”, postou. A verdade, 
porém, é que quem decidirá a duração da viagem será mesmo o oceano, já 
que Savin não possui nenhum controle sobre a embarcação, que foi 
construída por ele mesmo. Abaixo, o mapa com a posição atual de Savin.
Savin
 complementa sua alimentação pescando, que consome crus ou ressecados. 
Outra de suas tarefas é procurar navios no horizonte, já que está 
cruzando uma rota bastante movimentada em um barril que, de tão pequeno,
 muitas vezes simplesmente não consegue ser detectado pelos radares.

Além
 do rádio, para evitar um atropelamento ele também usa foguetes 
sinalizadores. Vale lembrar que o francês não é exatamente um jovem 
aventureiro, mas sim um senhor que completou 72 anos nos primeiros dias 
de sua viagem – que só terminará de fato quando o mar quiser.


© fotos: divulgação
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