Doença que havia desaparecido está retornando em países ricos

É 
difícil pensar em desnutrição em países ricos e com altos índices de 
obesidade, mas ela está presente por lá também. Essas dietas ricas em 
carboidratos e gorduras e pobres em vitaminas fez uma doença muito 
simples de se tratar retornar aos Estados Unidos: o escorbuto.
Ao 
ler este nome, muitos devem ter pensado nos marinheiros do século XV, 
que passaram meses no mar comendo carne seca e bolachas. Sem acesso a 
frutas e verduras, e consequentemente à vitamina C, esses marinheiros 
logo começavam a ficar com as gengivas sangrando e perdiam os dentes. 
Depois, havia dores nas articulações e feridas que não cicatrizavam. Em 
três meses sem ingerir a vitamina, muitos deles morriam.
A falta da vitamina aumenta riscos de hemorragias, infecções e ataques cardíacos.
O tratamento para o escorbuto foi descoberto em 1.747 e é simplesmente ingerir pequenas quantidades de vitamina C todos os dias.
O 
médico Eric Churchill, da cidade de Springfild, Massachusetts (EUA), 
atendeu um paciente com sangramento nas gengivas, dentes em mal estado, 
perda de cabelo e fadiga extrema há seis anos, e logo diagnosticou a 
doença. Ele alerta que muitos médicos não pensam nisso atualmente, já 
que esta é uma doença que havia desaparecido.
“O 
caso inicial era muito dramático, alguém com doença mental que só comia 
queijo e pão”, explicou o médico ao ScienceAlert. “De lá para cá, 
diagnosticamos entre 20 e 30 pessoas com escorbuto.
O 
médico passou a questionar os pacientes sobre suas dietas e liderou um 
grupo de pesquisa sobre o escorbuto no ambiente urbano. Uma das 
pacientes, Sony Lopez, vive na linha da pobreza e passou vários anos 
comendo apenas uma refeição por dia, e acabava optando por comidas mais 
calóricas para tentar aplacar a fome. Assim, deixava as frutas e 
verduras de lado. A receita que recebeu do médico foi “comer uma laranja
 por dia”.
“Muitas
 pessoas que têm dificuldade em comprar comida acabam escolhendo 
alimentos gordurosos, com muita caloria e que enchem. Se você tem um 
orçamento limitado para comida, essas são as comidas que vão te encher e
 te satisfazer mais do que frutas e verduras”, aponta o médico.
Mas 
muitos dos pacientes de Churchill são obesos ou com sobrepeso. Casos 
como esses mostram que comer excessivamente não é sinônimo de ingerir 
todas as vitaminas necessárias.
Os 
casos de escorbuto não estão restritos aos EUA entre os países ricos. Em
 2016, um relatório da Austrália indicou que havia uma incidência 
assustadora de casos entre pacientes diabéticos.
A 
médica Jenny Gunton, do instituto de pesquisa Westmead (Austrália), diz 
que alguns de seus pacientes com escorbuto realmente não ingeriam frutas
 e verduras, enquanto outros comiam esses alimentos, mas estavam os 
cozinhando excessivamente. “Isso destrói a vitamina C”, diz ela.
Churchill
 concluiu em seu estudo que pessoas mais pobres sofrem mais com a 
doença. “A pobreza ao redor do mundo fere as pessoas de muitas formas – 
da exposição à violência à falta de voz e oportunidade, passando pelo 
acesso limitado à comida saudável e atendimento médico”, diz, apontando 
que esse tipo de doença não deveria mais existir em países 
desenvolvidos.
A vitamina C pode ser encontrada na acerola, mamão, laranja, limão, melão, brócolis, kiwi e outros vegetais. 
fonte:via [ScienceAlert]
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