Água que é líquida e sólida ao mesmo tempo é descoberta por cientistas
Quando
 a gente é criança, uma das primeiras coisas que aprendemos são os 
estados físicos da água: sólido, líquido e gasoso. Podemos passar a vida
 toda certos de que é só isso, mas, por mais incrível que possa parecer,
 não é bem assim…
Cientistas do 
Laboratório Nacional Lawrence Livermore, localizado na Califórnia, 
publicaram um estudo para detalhar a recente descoberta da água superiônica,
 uma forma de água que é simultaneamente sólida e líquida, prevista por 
físicos teóricos há trinta anos e só agora observada de maneira real. O 
estudo foi publicado na Nature.
Para
 entender do que se trata, é preciso começar pelo básico: a água é 
formada por dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio – daí a famosa 
fórmula H2O. Eles normalmente se agrupam num formato de V, com o átomo 
de oxigênio se ligando aos dois de hidrogênio.

O
 gelo comum, que conhecemos e usamos no dia a dia, é chamado de 1H, e as
 moléculas de H20 se agrupam formando espécies de hexágonos. Mas há 
outras formas, que se estruturam de maneiras diferentes, dependendo da 
temperatura e da pressão do momento do congelamento. Os cientistas 
conhecem ao menos doze delas.
Os 
cientistas do Lawrence Livermore usaram dois pedaços de diamante para 
comprimir uma certa quantidade de água, numa pressão de 25 mil 
quilogramas-força por centímetro quadrado, criando o gelo VII, cerca de 
60 por cento mais denso que a água comum e sólido à temperatura 
ambiente.
Depois disso, utilizaram 
luz laser para provocar ondas de choque no gelo, elevando sua 
temperatura em milhares de graus centigrados e exercendo uma pressão de 
mais de um milhão de vezes a da atmosfera da Terra.  O gelo superiônico 
virou líquido a uma temperatura de 4.700 graus Celsius.

Os
 cientistas acreditam que essa formação de gelo pode estar presente em 
diferentes planetas no Sistema Solar e fora dele, incluindo Netuno e 
Urano. É possível que a descoberta ajude até a explicar o comportamento 
do campo magnético desses planetas, cujas atmosferas têm constantes 
chuvas de diamantes.
Foto de capa por Ezra Jeffrey via Creative Commons
Foto de Netuno via NASA
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