Travesti conclui doutorado com tese sobre racismo e homofobia
A representatividade LGBTQ é uma
conquista construída passo a passo, em contextos ou instituições das
mais variadas – e naturalmente que a universidade e a academia também
estão no caminho desse processo. Megg Rayara Gomes de Oliveira se
tornou, no último dia 30, a primeira travesti negra a obter o grau de
doutora em educação na Universidade Federal do Paraná.
Megg já é professora substituta na UFPR,
e tornou-se doutora tendo como objeto de estudo a superação de
situações de homofobia e racismo por professores negros homossexuais. Em
declaração ela explicou que não só o grau alcançado, mas sua própria
presença ali, como travesti, é um símbolo de resistência. “O lugar de
existência das travestis, para a sociedade, é na rua e na prostituição.
(…) Por causa disso, eu encenei por muito tempo uma existência masculina
que não era minha – para poder sobreviver”.
Para ela, sua conquista é, na verdade,
coletiva. “A gente quer ter voz, queremos ser tratadas como pessoas que
pensam e produzem conhecimento”. Para Megg, a diminuição do sofrimento
LGBTQ pode sim começar na educação – e o que, afinal, não começa? Em sua
cerimônia de defesa ela usou um vestido com nomes de travestis mortas.
© fotos: divulgação
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