Saiga (Saiga tatarica)
Saiga (Saiga tatarica)
é uma espécie de antílope em perigo crítico que originalmente habitava
uma vasta área da zona de estepes da Eurásia, do sopé das montanhas dos
Cárpatos, além de regiões do Cáucaso, da Dzungaria e da Mongólia. Eles
também viveram na região da Beríngia, entre a Ásia e a América do Norte,
durante o Pleistoceno.
Características
A
característica que mais se faz notar na saiga é o seu nariz flexível
parecido com o do elefante que serve para aquecer o ar no inverno e
impedir a inalação de poeiras e areias. A saiga mede de 0,6 a 0,8 metros
até ao ombro e pesa entre 36 e 63 kg. Vivem de 6 a 10 anos. Os machos
são maiores do que as fêmeas e só eles apresentam chifres. Geralmente um
macho possui um harém de 5 a 50 fêmeas.
Durante
o último período glacial, a presença da espécie saiga abrangia os
territórios das Ilhas Britânicas, da Ásia Central, do Estreito de
Bering, no Alasca, e de Yukon e dos Territórios do Noroeste, no Canadá.
Na era clássica eles aparentemente eram considerados um animal
característico da região da Cítia, a julgar pela descrição do
historiador Estrabão de um animal chamado “Kolos” e que tinha o tamanho
que variava “entre o de um veado e de um bode” e que ele acreditava que
bebia pelo nariz. No início do século XVIII, o saiga ainda estava
distribuído nas margens do Mar Negro, no sopé das montanhas dos
Cárpatos, no extremo norte do Cáucaso, na Dzungaria e na Mongólia.
Depois
de um rápido declínio na década de 1920, em que eles foram quase
completamente exterminados, os saigas conseguiram se recuperar. Em 1950,
dois milhões deles ainda eram encontrados nas estepes da União
Soviética. Sua população diminuiu drasticamente após o colapso da URSS
devido à caça descontrolada e à procura de chifres para uso na medicina
chinesa. Alguns grupos de conservação, como o World Wildlife Fund,
chegaram inclusive a incentivar a caça desta espécie, visto que seu
chifre era visto como uma alternativa para o do rinoceronte.
Atualmente,
a população do animal têm diminuído enormemente novamente – cerca de
95% em 15 anos – e o saiga é classificado como uma espécie em perigo
crítico pela IUCN. Um número total estimado de 50 mil saigas sobrevivem
hoje em Kalmykia, em três regiões do Cazaquistão e em duas áreas
isoladas da Mongólia. Outra pequena população vive em uma região da
Rússia e continua sob ameaça extrema.
O
chifre do antílope saiga é usado na medicina tradicional chinesa e pode
valer cerca de 150 dólares. A demanda pelos chifres tem dizimado a
população do animal na China, onde o antílope saiga é uma das espécies
protegidas, sendo sua caça e contrabando ilegais.
Sob
os auspícios da Convenção sobre Espécies Migratórias de Animais
Silvestres (CMS), também conhecida como a Convenção de Bona, o
“Memorando de Entendimento (MoU) Referente à Conservação, Restauração e
Uso Sustentável do Antílope Saiga” foi concluído e entrou em vigor 24 de
setembro de 2006. O declínio do saiga é um dos mais rápidos colapsos
populacionais de grandes mamíferos recentemente observado, sendo que o
“Memorando de Entendimento” visa reduzir os níveis de exploração atuais e
restaurar a população desses animais nômades que vivem nas estepes da
Ásia Central.
Em
junho de 2014, funcionários de alfândega chineses que trabalhavam na
fronteira com o Cazaquistão descobriram 66 caixas contendo 2 351 chifres
de antílope saiga, carga estimada em 11 milhões de dólares. A esse
preço, cada chifre custaria mais de 4 600 dólares.
Pandemia de 2015
Em
maio 2015 um grande número de saigas começaram a morrer de uma doença
misteriosa suspeita de ser a pasteurelose. A mortalidade do rebanho é de
100% depois de infectado, sendo que estima-se que 40% da população
total da espécie já esteja morta. Mais de 120 mil carcaças haviam sido
encontradas no fim de maio, enquanto que a população total estimada era
de apenas 250 mil indivíduos no mundo todo. Em novembro de 2015
estimava-se que mais de 70% dos indivíduos da espécie morreram e as
causas não haviam sido descobertas.
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