Giovani Caramello apresenta mais obras hiperrealistas em sua nova exposição
Apontado como o único escultor hiperrealista do Brasil, o jovem artista Giovani Caramello apresenta
 trabalhos de sua nova fase na segunda mostra individual que carrega seu
 nome. Após um ano de ausência, as obras, que fascinam em cada mínimo 
detalhe, voltam à tona na exposição em cartaz entre 1 de abril e 25 de 
maio na Oma Galeria, em São Bernardo do Campo, São Paulo.
Não, ele não está seguindo os passos de Ron Mueck, como muitos pensam ou associam. Suas influências, de maneira geral, são pintores como o realista Lucian Freud, o simbolista Gustav Klimt e o expressionista Egon Schiele.
 O talento de Mueck é reconhecido, é claro, mas Caramello segue seus 
próprios passos sem precisar viver às sombras de um outro alguém, porque
 ao contrário de suas peças, ele é real.
Mas desta vez, o artista autodidata 
nascido em Santo André distancia-se um pouco dos detalhes e do 
perfeccionismo, embora seja difícil de acreditar, até pela qualidade do 
que é apresentado. Deixando o silicone um pouco de lado, entrega-se 
literalmente ao novo e passa a usar outras matérias-primas. Com pouca 
experiência em resina, investiu neste material para compor as peças que focam na busca pelo autoconhecimento, a passagem de tempo e a morte, que sempre permearam seus trabalhos, agora mais maduros.
Segundo ele, a exposição foi pensada para que todos possam sair do que é superficial e então imergir no universo que é proposto. “A minha ideia é tirar a atenção da técnica
 e fazer as pessoas repararem mais na questão da obra em si. Nessa 
mostra este é o primeiro passo. Percebi que com o silicone vira uma 
coisa 100% contemplativa, a maioria das pessoas parava na primeira 
camada e não é o que eu quero”, enquanto tive a sorte de ver as obras antes da abertura oficial.
Durante um período de seis meses fez a 
produção, sendo que cada peça levava em torno de um mês e meio para 
ficar pronta. Apesar de não querer simular uma pessoa real, as 
esculturas continuam ricas em detalhes que impressionam. Com certa 
angústia, peso e leveza, cada uma delas sugere uma reflexão tão poética,
 atual e intensa quanto a dedicação do artista para elaborá-las. As 
emoções que pareciam se trancar nas esculturas anteriores ultrapassam as
 barreiras de tempo e é exatamente isso o que traz vida ao seu trabalho.
O artista afirma que, embora não tenha 
abandonado o silicone para fazer obras tão precisas, sente que deixar o 
perfeccionismo de lado só lhe fez bem. “Senti mais fluidez no processo criativo e consequentemente mais felicidade e satisfação. Sinto que aos poucos vou encontrando meu caminho”.
Para captar este olhar, filtrado e ao mesmo ampliado pela curadoria de Ananda Carvalho, não deixe de visitar a mostra e imergir dentro destes personagens cheios de paradoxos.
Fotos © Matheus Marinheiro/divulgação 
Fotos © Brunella Nunes



 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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