Pessoas que você precisa conhecer: Michael Brosowski
No Vietnã, centenas de crianças são sequestradas todos os meses para trabalhar como escravas em fábricas, estabelecimentos comerciais ou são exploradas sexualmente.
Isso tem acontecido há anos, mas foi somente em 2010 que o governo
vietnamita admitiu que a situação estava tomando proporções absurdas.
Quando medidas contra o rapto de crianças pobres começaram a ser
pensadas, o australiano Michael Brosowski já havia auxiliado no resgate de dezenas de crianças e fornecia alimentação, educação e teto para outras tantas.
Brosowski se mudou para o Vietnã em 2002 a fim de lecionar Inglês como língua estrangeira
em uma universidade. Em um país onde a pobreza extrema bate à sua
porta, é difícil ignorar o fato de que milhares de crianças precisam de
ajuda. Por isso, não demorou muito até que o australiano se envolvesse
com projetos sociais para ensinar a língua a crianças carentes. Foi
durante essa experiência que descobriu a questão dos sequestros e não
pensou duas vezes ao propor soluções para resgatar essas crianças. “A
primeira vez que eu resgatei uma criança do tráfico foi em 2005. Ele
tinha 13 anos e havia sido traficado para o sul do país para vender
flores nas ruas de Saigon“, conta o australiano em um artigo publicado no The Guardian.
O foco dos sequestradores costuma ser crianças pobres
que saem de suas casas no interior para tentar a vida nas grandes
cidades. Sem saber ler e escrever ou ter qualquer qualificação
profissional, elas geralmente fazem pequenos bicos na rua e, iludidos
com grandes promessas de educação e oportunidades de trabalho, acabam
sendo levadas por traficantes.
Para ajudar essas crianças, Brosowski criou a organização Blue Dragon Children’s Foundation,
que desde 2005 já resgatou mais de 300 crianças. O processo envolve
identificar esses pequenos e buscar pistas de onde encontrá-los. O
professor conta que ele e sua equipe já fizeram planos de fuga em
fábricas, entraram como clientes em bordéis para salvar meninas e já
passaram por diversas situações de perigo – nem sempre a polícia se dispõe a ajudá-los. “Claro que existe um elemento de perigo nisso tudo, mas o maior perigo é deixar as crianças serem escravas“, afirma.
Após o resgate, as crianças são acolhidas na organização, onde recebem cuidados médicos, educação, alimentação e abrigo. Mais de 2.500 crianças já passaram pela Blue Dragon e tiveram a chance de ter uma vida melhor e, talvez o mais importante, livre.
Foto © Talk One Vietnam
Foto © CNN
Foto © Australia Plus
Foto © ABC
Foto © Blue Dragon
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