Contra aprovação de ‘pacote do veneno’, Bela Gil pede constrangimento de deputados
Em meio aos jogos da Copa do Mundo a comissão especial da Câmara dos Deputados acaba de revogar a chamada Lei de Agrotóxicos (7.802/1989), liberando o uso de substâncias, algumas comprovadamente cancerígenas, antes proibidas no Brasil.
O chamado ‘pacote do veneno’ tem
texto base do deputado Luiz Nishimori (PR/PR), foi aprovado pelos
parlamentares por 18 votos a 9 e agora depende apenas do parecer final
da Câmara para entrar em vigor. Caso isso aconteça mais veneno será
injetado no prato de comida dos brasileiros, gerando prejuízos não só
para a saúde, mas ao meio ambiente também.
A
notícia provocou manifestação de repúdio e revolta de entidades de
defesa dos direitos humanos e contrárias ao uso de agrotóxicos e também
de personalidades como o músico Caetano Veloso e a chef de cozinha Bela
Gil. Usando suas redes sociais Bela, que faz parte de uma campanha
contra a liberação, chamou a atenção para a geração de lucro por parte
de empresários e membros do
agronegócio.
“Com
esse afrouxamento da regulamentação dos agrotóxicos no Brasil, a maior
parte da população seria prejudicada porque mais veneno vai ser
encontrado na mesa dos brasileiros. Muitas ações da sociedade civil são
contra e também grandes instituições, como a Fiocruz, a Avisa, o INCA
(Instituto Nacional do Câncer), o próprio Ministério da Saúde, o
Ministério do Meio Ambiente, o Ministério Público Federal e o Ministério
Público do Trabalho”, completa em entrevista ao Catraca Livre.
O
Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Segundo
levantamento feito pelo Instituto Nacional de Câncer José de Alencar
Gomes da Silva (INCA) e da Associação Brasileira de Saúde Coletiva
(ABRASCO), o país ultrapassa a marca de 1 milhão de toneladas de veneno todos os anos.
A
situação é responsável pela intensificação de uma série de problemas de
saúde, como o câncer inclusive para os trabalhadores que lidam
diretamente com a lavoura. Para se ter uma ideia melhor dos efeitos, o
Dossiê Abrasco mostrou que só no Paraná uma pessoa ingere por volta de 8,7 litros de agrotóxicos anualmente.
Confira o que muda de acordo com a PL dos Agrotóxicos:
– Garante o registro de substâncias comprovadamente cancerígenas;
– Revoga a atual Lei de Agrotóxicos (7.802/1989) e libera o uso ainda mais amplo dessas substâncias;
– Transfere todo o poder de aprovação ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, tornando apenas consultivo no processo de avaliação e aprovação órgãos importantes, como Ministério do Meio Ambiente e Anvisa.
– Muda o termo “agrotóxico” para “pesticidas, clara tentativa de mascarar os efeitos negativos destas substâncias
– Confere registro temporário sem avaliação para aqueles agrotóxicos que não forem analisados no prazo estabelecido pela nova Lei.
– Revoga a atual Lei de Agrotóxicos (7.802/1989) e libera o uso ainda mais amplo dessas substâncias;
– Transfere todo o poder de aprovação ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, tornando apenas consultivo no processo de avaliação e aprovação órgãos importantes, como Ministério do Meio Ambiente e Anvisa.
– Muda o termo “agrotóxico” para “pesticidas, clara tentativa de mascarar os efeitos negativos destas substâncias
– Confere registro temporário sem avaliação para aqueles agrotóxicos que não forem analisados no prazo estabelecido pela nova Lei.
Fotos: foto 1: Reprodução/Instagram/foto 2: Divulgação
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