As histórias de Mafalda ganham tradução para o guarani
Que a personagem Mafalda, criada pelo
grande cartunista argentino Quino, é muito inteligente, sobre isso não
restam dúvidas. Mas que ela tenha aprendido a falar 27 idiomas desde
1964, quando foi primeiro publicada, até hoje, isso é algo que
impressiona – especialmente considerando que Quino deixou de publica-la
em 1973. Pois, depois de ser traduzida para 26 diferentes línguas nos
últimos 54 anos, Mafalda agora será publicada em mais uma – o guarani.
“Mbaeinchapa, che ha’e Mafalda tem
ko’aga añe’ema guaraníme” – assim ela se apresenta no idioma indígena,
que é a segunda língua oficial do Paraguai, depois do espanhol. A frase
quer dizer “Como estão vocês? Sou Mafalda e agora falo guarani”.
A tradução visa ampliar o interesse
infantil pela língua, que possui tradição profundamente oral, assim como
pela cultura. Serão dez volumes lançados, um a cada três meses,
compreendendo toda a obra da personagem de Quino.
Segundo a tradutora María Gloria
Pereira, ela manteve algumas expressões no espanhol original, mas outras
pareceram ganhar graça especial na nova língua – como a sopa, que
Mafalda tanto detesta, que em guarani se diz “jukysy”.
Instituições como o Banco Mundial, o FMI
ou os Beatles – que, diferentemente da sopa, Mafalda ama
apaixonadamente – ficaram com a escrita original.Talvez a mais curiosa
tradução, no entanto, seja de uma das palavras mais repetidas pela
contestadora menina – uma das mais amadas e importantes personagens de
todos os tempos no quadrinho: não.
Em guarani, não é “nahániri”, e isso,
seja na língua que for, contra as injustiças do mundo ou a insistência
em lhe darem sopa, Mafalda sempre dirá.
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