A luta pela legalização das drogas de uma mãe que perdeu a filha de 15 anos por overdose
A história de Anne-Marie Cockburn, de 45 anos, e sua filha, Martha Fernback,
é uma trágica e contundente ilustração da importância da legalização e
regulação das drogas. Martha tinha 15 anos quando sofreu uma severa
overdose de ecstasy, em 2013, que a levou à morte em poucas horas – e quem defende a legalização nessa história é a própria mãe, Anne-Marie.
Martha já havia tomado ecstasy outras
vezes e sua mãe, quando soube, de forma assustada simplesmente disse à
filha que não mais tomasse. Martha – que cresceu em uma família
perfeitamente padrão -, no entanto, decidiu por tomar a droga mais uma
vez. Por falta de regulação e informação, Martha acabou ingerindo uma dose muito alta e pura da droga em pó – o suficiente para ser dividido com mais de 5 pessoas – e acabou sofrendo uma overdose fatal.
Anne-Marie garante que, antes de perder
sua filha, sequer pensava que a questão da legalização e regulamentação
das drogas pudesse afetar sua família – e que teve de aprender da forma
mais difícil possível. A mãe contou, em entrevista à BBC, que acredita
que ainda tivesse a filha por perto caso ela tivesse obtido informações
como ingredientes e dosagens, evitando assim a toma de uma dose para
entre 5 a 10 pessoas.
Assim que a filha faleceu, Anne-Marie checou o histórico de buscas de sua filha no Google, e descobriu que a menina havia procurado por maneiras seguras de tomar a droga – indicando que de fato Martha acabou morrendo justamente por falta de regulamentação e informação.
A mãe afirma que perdoou o traficante,
que permaneceu preso por 18 meses, e que é preciso que os pais sejam
realistas sobre o mundo de hoje e o comportamento em geral, para que não
acabem na mesma posição que ela.
“Nenhum pai quer imaginar seu filho usando drogas, mas muitos deles o farão de qualquer forma.
Se minha filha tivesse tomado algo legalmente regulado, no lugar de uma
substância controlada por uma gangue, acredito que ela estaria ainda
entre nós. Quero que as drogas sejam liberadas para maiores de 18 anos, o
que significará que elas serão licenciadas com informações. Assim,
mesmo que tais substâncias caiam nas mãos de menores, eles estarão mais
seguros do que hoje são”.
Anne-Marie escreveu um livro sobre o tema, e mantém um site com informações sobre tais questões.
© fotos: arquivo pessoal
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