10 curiosidades sobre a vida no Mianmar
Um destino que tem se tornado cada vez
mais popular nos últimos anos e que neste meio tempo não é mais nenhuma
“dica secreta” é o Mianmar. Situado entre os gigantes Índia e China , as
magias do país atraem todo ano cada vez mais turistas. Depois de 50 anos de ditadura, o país abriu suas portas para o mundo e nos últimos anos foi possível perceber grandes mudanças.
Enquanto algumas pessoas nem sabem onde
fica, outras têm até um roteiro definido passando pelas principais
regiões turísticas: os templos de Bagan, o famoso templo Shwedagon em Yangon, a ponte U Bein em Amarapura (Mandalay), a praia de Ngapali. Monges andando descalços nas ruas, os templos com suas estulpas douradas, as pessoas com thanaka (pasta feita de uma árvore, muito usada como cosmético e protetor solar) no rosto e vestindo longyi, a vestimenta tradicional do país. Essas são cenas típicas e que vêm à cabeça de quem já foi lá.
Mianmar tem muito a oferecer aos
turistas, apesar de ainda faltar infraestrutura (falta de acomodações o
que encarece o preço, frequente falta de energia, dentre outros). É um
país encantador, os birmaneses conquistam o coração de qualquer um com
sua maneira acolhedora e extremamente simpática.
1. Estadia privada ainda é proibida
Por causa de uma lei que vem ainda da
época colonial, estrangeiros que vão ao país como turistas têm que
necessariamente reservar um hotel / hostel/ guesthouse, e não podem
ficar na casa de pessoas privadas. O motivo, há pouco tempo reforçado
pelo ministro do turismo numa ao entrevista ao jornal Myanmar Times, é que turistas ocidentais não agem propriamente de acordo com hábitos birmaneses, como por exemplo, dormir virado para o sentido leste ou comer refeições dividindo uma colher em comum… Home stay é apenas permitido em áreas remotas onde não há outras possibilidades de acomodação. Ou seja, couchsurfing em Mianmar não é uma opção.
2. Motos são proibidas de circular em Yangon
Ouvi motivos diferentes para esta
proibição e, na maioria das vezes, o motivo mencionado (que é bastante
plausível) é que o trânsito em Yangon já é caótico o suficiente sem
motos. Cada ano aumenta o número de carros nas ruas, por todo lado os
carros, ônibus, trishaws (bicicletas com um assento lateral).
Imagino que haja um certo temor em piorar a situação liberando motos.
Pedestres não têm vez no trânsito de Yangon, não…
3. Caixa eletrônicos são relativamente recentes
Somente em 2012 é que foram instalados
caixas eletrônicos. Hoje há caixas em todo lugar, pelo menos nos
turísticos. No entanto, ainda há com relativa frequência problemas
técnicos. Na minha primeira viagem ano passado, por exemplo, meu cartão
foi retido logo no caixa do aeroporto (pânico!!) e não havia nenhuma
sinalização de problemas.
Consegui meu cartão de volta, mas fica a dica: se possível, preferir sempre tirar dinheiro num caixa eletrônico de um banco,
durante o dia. Assim, caso haja algum problema, os funcionários do
banco podem ajudar e têm a chave do caixa para poder recuperar o cartão
em caso de retenção.
4. Os birmaneses estão sempre cantarolando
Observei que em várias circunstâncias,
seja na rua, um vendedor ou até funcionários de um guichê no aeorporto:
birmaneses estão sempre cantarolando. Só assim, sem motivo. Não pude
deixar de comparar com a Alemanha, onde moro atualmente. Os alemães não
cantam…
5. Há uma crescente comunidade imigrante em Mianmar
Funcionários de multinacionais,
professores de inglês, pessoas fazendo voluntariado, jogadores de
futebol (até onde eu saiba há pelo menos um jogador brasileiro em
Yangon), cada vez mais estrangeiros vão trabalhar em Mianmar. Em Yangon
têm surgido vários cafés, bares e restaurantes que se tornaram muito
populares entre esses imigrantes, como o 50th Street Bar, Union Bar
& Grill na 42 Strand Road.
A famosa 19th Street em Chinatown também é um ponto de encontro para estrangeiros que vivem em Yangon, assim como nativos, que frequentam as dezenas de barzinhos espalhados pela rua.
6. Há muitos novos empreendedores em Mianmar
Na edição asiática da revista Forbes foram escolhidos os “30 under 30″ – lista de jovens empreendedores asiáticos. Dos 30 jovens, oito são birmaneses. Como por exemplo, Htet Myet Oo, co- fundador da “Rangoon Tea House”,
um restaurante charmoso localizado no centro de Yangon que combina
design moderno com elementos tradicionais birmaneses. São jovens de
famílias de classe média que, em sua maioria, estudaram no exterior.
7. A comida birmanesa é… boa!
Bom, aqui as opiniões realmente se dividem.
Muitas pessoas acham que a culinária birmanesa deixa a desejar,
especialmente se comparada a de países vizinhos como Tailândia e Vietnã.
Com certeza minha opinião em relação à
culinária birmanesa foi influenciada pelo fato de eu ter muitos amigos
birmaneses e estar envolvida com a cultura, mas eu sinceramente acho que
a comida é, sim, bem diversificada e tem bastante a oferecer. Currys, mohinga – o prato nacional (uma sopa de peixe, tradicionalmente comida no café da manhã), as mais variadas “athoke” (saladas), como salada de macarrão, salada de tofu, “laphet thoke”,
que é uma salada de folhas de chá fermentadas, estas servidas com
feijões fritos, gergelim tostado, camarão seco, dentre outros.
Existem ainda as culinárias regionais. Eu sou muito fã da comida Shan,
provinda do Shan State, região localizada no centro oeste do país onde
fica o Lago Inle. Pratos famosos da comida Shan são “shan noodles”, tofu
frito, salada de tofu. O tofu shan não é de soja mas é feito ou com
farinha de grão de bico ou de arroz e também de um tipo de feijão.
Dica: em Yangon, o
restaurante “Shan Yoe Yar” é uma excelente oportunidade para
experimentar especialidades desta região. (169, War Tan Street)
8. Em alguns templos existem áreas restritas só para homens
Por exemplo, em Shwedagon existem áreas
onde somente homens podem entrar. No templo Mahamuni em Mandalay há umas
das mais famosas e visitadas figuras de Buda do país. Todos os dias
centenas de fiéis vão ao templo para orar e aplicar folhas de ouro na
estátua. No altar onde se encontra a estátua somente homens podem se
aproximar e aplicar folhas de outro na estátua.
9. Guarda chuvas nos gramados dos parques
Passeando pelos parques em cidades como
Yangon, às vezes, se vêem os típicos guarda chuvas/sóis birmaneses,
coloridos, nos gramados, atrás dos quais casais se escondem para ter um
pouco de privacidade para namorar em público. Leia-se: escondidos pelo guarda chuva, podem beijar em paz.
10. Mianmar tem um esporte nacional
O box birmanês chamado Lethwei. Os
lutadores não usam luvas ou qualquer tipo de proteção. Lethwei é
considerado uma arte marcial mais extrema do que seus primos do sudeste
asiático, como o Muay Thai.
Mianmar é um pais fascinante, dinâmico,
maravilhosamente caótico, acolhedor. Com certeza há muito trabalho pela
frente para melhorar as condições de vida da população e recuperar o
tempo perdido na ditadura. Eu, como fã e futura imigrante em Yangon,
recomendo muito uma visita. De olhos e mente abertos para esta cultura
tão rica, e de preferência deixando a correria e estresse em casa e se
deixando levar pelo “burmese way of life”.
Todas as fotos © Natalie Lima
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