Universidade cria curso especial para que sobreviventes de tráfico sexual virem advogadas
O tráfico de pessoas com fins de
exploração sexual interrompe os planos de vida de milhões de mulheres na
Índia. Nenhum outro país no mundo tem tantas vítimas desse tipo de
crime, mas, se depender de um novo curso, em breve teremos algumas
advogadas interessadas em enfrentar o problema.
Uma parceria entre o Free a Girl Moviment (“Movimento
Liberte Uma Garota”) e uma das melhores faculdades de direito indianas
(que não teve o nome revelado por motivos de segurança) deu origem à School For Justice, ou Escola Pela Justiça, curso especial para 19 mulheres que conseguiram escapar da exploração sexual.
É o caso de Lata, que nasceu em um
vilarejo na violenta região de Kultali e que parou d estudar aos 16
anos: ela se casou com um homem que a vendeu para um bordel após dois
meses de união. “Virar advogada é meu sonho, e fazer justiça a quem força crianças a se prostituírem meu objetivo”, diz.
A primeira turma da School For Justice
começou a estudar no dia 6 de abril. São 19 mulheres, com idades entre
19 e 26 anos, que devem se formar até 2023. A formação, com foco na
exploração sexual, pode ser fundamental para aumentar o número de
condenações pelo crime: cerca de 45% dos casos que chegam aos tribunais
indianos não terminam em condenação, e a falta de advogados
especializados é um dos grandes motivos.
A ideia para o curso surgiu na agência de publicidade J. Walter Thompson Amsterdam,
durante uma campanha para o Free a Girl. Bas Korsten, um dos fundadores
do projeto, garante que ele será mantido por muito tempo, e revela que
eles planejam trazê-lo ao Brasil em um futuro próximo.
Todas as imagens © School For Justice
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