Fotógrafo lança olhar poderoso sobre as waria, a comunidade de mulheres transgênero na Indonésia
Se ser transgênero é correr perigo e ter
de estar pronta para ataques diversos mesmo em países supostamente
progressistas, em lugares com cunhos conservadores mais claros, tais
existências estão ainda mais sujeitas ao risco de perseguição, agressão e
morte.
Conhecidas como warias, as
mulheres transgêneros da Indonésia sentem na pele, por sobre a maquiagem
com que pintam o rosto diariamente, o temor, o terror, as ameaças e a
dor de afirmarem sua identidade sexual em um país extremamente
conservador.
A indonésia é um país muçulmano, e se
muitas vezes absurdos são cometidos, em nome da religião, contra a
mulher, pode se imaginar como as transgêneros não são vistos por lá. O
premiado fotógrafo italiano Fulvio Bugani teve acesso a essa comunidade através de uma escola que funciona também como abrigo para algumas dessas pessoas no país.
Ao pousar os olhos sobre a comunidade waria,
Fulvio soube que precisava fotografá-los. Para melhor fazê-lo,
aproximou-se e passou a viver um período no abrigo, até ganhar a
confiança confessional que um retrato exige.
O abrigo fica em Yogyakarta, uma região
especialmente tolerante da Indonésia, e ainda assim o fotógrafo garante
que o ódio e o preconceito faziam parte do dia-a-dia das transgêneros
por lá. Não por acaso, por conta de ameaças de radicais islâmicos, a
escola foi fechada no final de 2016. Fulvio ainda mantém contato com
algumas das pessoas que conheceu em Yogyakarta, mas a sorte segue
lançada para quem vive por lá – e luta pelo direito de poder simplesmente ser quem são, para além do que dizem as leis, os poderosos ou a religião.
Todas as fotos © Fulvio Bugani
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