Estudante faz impressionante releitura do tarô inspirando-se na estética e no imaginário nordestino
Enquanto linguagem simbólica, que
pretende traduzir nossas eternas mudanças, tudo nas cartas do tarô
possui sentido. Os nomes das cartas, as imagens estampadas e, é claro,
as combinações entre cartas selecionadas desenham essa leitura a ser
realizada pelo tarólogo eventual.
A proposta do ilustrador Pedro Índio Negro, de 21 anos, é de adaptar toda essa simbologia para a temática nordestina.
Estudante de Comunicação em Mídias Digitais pela Universidade Federal da Paraíba,
Pedro se valeu de figuras do folclore e do imaginário popular
nordestino para estampar as cartas. Com isso, seu tarô nordestino se
amplia em sentido, adaptado para nova realidade, e ganha possibilidades
novas e próximas de leitura e simbologia.
As ilustrações foram realizadas pelo próprio Pedro, seguindo o estilo das xilogravuras das literaturas de cordel.
A carta da Morte, por exemplo, que tradicionalmente possui o sentido de mudanças, criação e destruição, é então representada pelo Jaraguá, figura fantástica de diversos carnavais de rua do Brasil. A carta da Justiça é ilustrada pela figura do cacique, responsável pelo bom funcionamento e a ordem em comunidades indígenas. Na carta da Lua, temos violeiros cantando; na Estrela, uma índia, no Mundo vemos ilustrado o forró, e na carta da Imperatriz, o maracatu.
São, portanto, diversos os diálogos
propostos por Pedro, seguindo a lógica original de cada imagem possuir
sentido próprio e profundo para a leitura da sorte de alguém através do
tarô. Uma sorte mais próxima e, consequentemente mais profunda, que diz
respeito a uma realidade nossa – e, dessa forma a um futuro devidamente
brasileiro.
Todas as fotos © Pedro Índio Negro
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