Rio de Janeiro vai ter que indenizar família de Amarildo em 3,5 milhões
A polícia brasileira é a que mais mata no mundo, segundo a Anistia Internacional.
Na maioria dos casos, mesmo em que não haja provas de que a violência
foi necessária, as famílias das vítimas não são amparadas pela Justiça,
que em muitos casos acaba não punindo também os policiais. Depois de
muita luta e mobilização, parece que esse não vai o caso de Amarildo.
Era julho de 2013, manifestações contra
os aumentos dos preços de passagens de transporte público cresciam pelo
país, englobando temas como a violência policial. No meio desse cenário,
um pedreiro morador da Rocinha, no Rio de Janeiro, desapareceu após uma operação policial.
Amarildo não tinha ligação com o tráfico, motivo da atuação dos PMs. Depois de dias, seu corpo apareceu. Doze dos
25 policiais acusados pelos crimes de tortura seguida de morte,
ocultação de cadáver e fraude processual foram condenados. E, agora, o Estado do Rio de Janeiro também.
De acordo com uma decisão em primeira instância, a viúva de Amarildo e os seis filhos do casal receberão R$ 500 mil cada um. Já as três irmãs do pedreiro deverão receber 100 mil reais cada. A viúva ainda terá direito a pagamentos mensais no valor do salário mínimo vigente até sua morte.
O governo estadual informou que não foi
comunicado da decisão, e pode recorrer ao Tribunal de Justiça do Estado
contra a sentença. Já se passaram três anos, o caso de Amarildo segue
sendo um triste exemplo da violência policial contra moradores de
periferia, e tudo parece longe de um fim. Mas a luta continua.
Foto: Osvaldo Praddo/Agência O Dia
Imagens sem crédito: Reprodução
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