As paralimpíadas vêm aí e o Brasil é uma potência



As Olimpíadas do Rio chegaram ao fim, e deixarão saudades nos amante dos Jogos, que desfrutaram das competições imersos no espírito olímpico. Se você já está na ressaca e na saudade das Olimpíadas, vale lembrar que em pouco mais de duas semanas começam os Jogos Paralímpicos de 2016, trazendo de volta a emoção das competições, somada às histórias de superação que são a essência da competição – além de um Brasil que disputa as cabeças da competição.

Sim, pois nos Jogos Paralímpicos de Londres, em 2012, o Brasil terminou em sétimo colocado no quadro de medalhas, com 21 de ouro, 14 de prata e 8 de bronze. Para os jogos do Rio, que acontecerão do dia 7 ao dia 18 de setembro, espera-se um resultado ainda melhor.

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O programa esportivo dos Jogos contará com 22 esportes: atletismo, basquete em cadeira de rodas, bocha, canoagem, ciclismo (em estrada e em pista), esgrima em cadeira de rodas, futebol de 5, futebol e 7, goalball (futebol com guizo), hipismo, judô, levantamento de peso, natação, remo, rugby em cadeira de rodas, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas, tiro, tiro com arco, triatlo, vela e vôlei sentado.

Rugby Rugby
A atleta Natalia Mayara, do Tênis 
 A atleta Natalia Mayara, do Tênis

Será a estreia da canoagem e do triatlo nos jogos paralímpicos, e a despedida do futebol de 7 e da vela, que não constarão como modalidades nos Jogos de Tóquio, em 2020, por não se enquadrarem nas regras atuais do Comitê Paralímpico Internacional – em seus lugares entrarão o badminton e o taekwondo. São esperados mais de 170 delegações representando os países membros do Comitê.

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A primeira edição dos Jogos aconteceu em 1960, em Roma, mas sua inspiração surge de uma bela história: após a segunda guerra mundial, o neurologista alemão Sir Ludwig Guttmann (que, por sua origem judia, havia sido expulso da Alemanha ao início do conflito) desenvolveu um bem sucedido sistema de reabilitação de soldados feridos em combate, juntando trabalho e esporte.

Sir Ludwig Guttmann 
 Sir Ludwig Guttmann

Com o êxito de seu método, o médico realizou, em 28 de julho de 1948, o primeiro evento esportivo para atletas com deficiência, na cidade de Stoke Mandeville, na Inglaterra – no mesmo dia e a apenas 56km de distância da abertura dos Jogos Olímpicos de Londres. Nessa versão embrionária e visionária dos Jogos, dois grupos de arqueiros somente participaram.

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Os jogos de Stoke Mandeville, em 1948 
 Os jogos de Stoke Mandeville, em 1948

Guttmann seguiu em sua empreitada em utilizar o esporte como meio de libertação, tratamento e cura para pessoas com deficiência, e assim conseguiu realizar a primeira edição “oficial” dos jogos, em Roma, reunindo 400 atletas de 23 países em 1960.

Os jogos paralímpicos de Roma 
 Os jogos paralímpicos de Roma

Originalmente trazendo somente atletas em cadeiras de roda, em 1976, na cidade de Toronto, os Jogos pela primeira vez incluíram atletas com deficiência visual, amputados, pessoas com lesão na medula espinhal, entre outros, totalizando 1600 atletas de 40 países, e encontrando o modelo que permanece até hoje. Em 1989, após os jogos de Seul no ano anterior, o Comitê foi enfim criado, reunindo 167 países.

Basquete

Brasil

A participação brasileira nos Jogos Paralímpicos é motivo de orgulho, conquistando resultados bastante relevantes e trazendo diversos atletas na lista dos maiores medalhistas da história. A primeira participação do Brasil aconteceu em 1972, e no ano seguinte já conquistou sua primeira medalha. Curiosamente, essa medalha veio pelas mãos justamente do pioneiro do movimento paralímpico no Brasil, Robson Sampaio de Almeida, responsável por instaurar, em 1958, o esporte como meio de reabilitação no Brasil. Robson conquistou, ao lado de Luiz Carlos “Curtinho”, a medalha de prata no Lawn Bowls, espécie de bocha na grama.

Robson Sampaio de Almeida, o primeiro medalhista paralímpico do Brasil Robson Sampaio de Almeida, o primeiro medalhista paralímpico do Brasil

De lá pra cá a participação brasileira cresceu em tamanho e qualidade, e em 2008 o Brasil pela primeira vez terminou entre os dez primeiros colocados, ficando na 9a posição com 47 medalhas. Ao longo de suas dez participações nos Jogos, o Brasil já conquistou 235 medalhas, sendo 74 de ouro, 86 de prata e 75 de bronze. Os maiores medalhistas paralímpicos da história, como não poderia deixar de ser, são os Estados Unidos, com 1939 conquistas no total.

A delegação brasileira em Londres 
 A delegação brasileira em Londres

Para o Rio, a delegação brasileira virá em número recorde: 278 atletas tentarão transformar essa participação em um recorde também de medalhas. O objetivo é ficar entre os 5 melhores colocados, e pela primeira vez o país terá representantes em todas as modalidades, com 181 homens e 97 mulheres. Para isso, atletas de todas as regiões brasileiras virão aos jogos, com 128 do sudeste, 17 do norte, 53 do nordeste, 39 do centro-oeste e 41 do sul.

Logo 

E os maiores atletas paralímpicos da história do Brasil estarão no Rio para ampliarem ainda mais seus recordes – alguns pela última vez na competição.

Daniel Silva1 

Daniel Silva 
 Daniel Silva

Enquanto o recordista brasileiro de medalhas Daniel Silva – que em apenas duas edições dos jogos conquistou 10 ouros, 4 pratas e uma de bronze na natação, tendo vencido todas as seis provas que disputou em Londres – ainda tem muitas olimpíadas pela frente, o grande Clodoaldo Silva, que acumulou, nas quatro paralimpíadas que disputou, 13 medalhas, sendo 6 de ouro, dirá adeus aos jogos após o Rio.

Clodoaldo Silva Clodoaldo Silva
Daniel e Clodoaldo 
 Daniel e Clodoaldo

Mas são diversos os destaques que merecem toda nossa atenção no jogos. No atletismo feminino, Terezinha Guilhermina, que ficou com o ouro nos 200ms para deficientes visuais, pretende repetir seu feito no Rio.

Terezinha Guilhermina Terezinha Guilhermina

No Masculino, depois de conseguir o impossível em Londres, vencendo o lendário sul africano Oscar Pistorius nos 200ms rasos, Alan Fonteneles é uma forte aposta brasileira no atletismo.

Alan Fonteneles Alan Fonteneles

Se na natação Daniel Dias é herói, André Brasil não fica muito atrás: com 4 medalhas de ouro e 1 de prata, André possui três recordes mundiais e dois paralímpicos. Seu plano para o Rio é subir ao pódio em todas as modalidades em que se inscreveu.

André Brasil André Brasil

E não podemos esquecer de Lúcia Teixeira no Judô feminino, que perdeu a final em Londres para a atleta do Azerbaijão por Ippon, e pretende no Rio substituir a medalha de prata pelo lugar mais alto do pódio com uma dourada pendurada no pescoço.

Lucia Teixeira Lúcia Teixeira

Não só para matar as saudades das Olimpíadas que se encerraram ontem no Rio, os jogos paralímpicos são motivo de orgulho para o Brasil, trazendo a saúde, a inserção, a superação e a glória para aqueles que são chamados de deficientes, mas que revelam-se sempre super-heróis nacionais. Vale lembrar: os ingressos ainda estão à venda. Então é só correr, torcer e se emocionar!

© fotos: divulgação

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