‘Trocando serviços por acomodação e comida conseguimos viajar por 18 países’, conta casal nômade
Por Leonardo Blecher, do Widoox
No fim de 2014, eu e a minha
companheira, Anah Assumpção, deixamos nossos empregos na redação de um
grande jornal paulista e resolvemos adotar o estilo de vida nômade
digital. Cheios de medos e inseguranças, saímos para viajar, sem saber
muito bem onde e quando terminaríamos.
Nem em nossas mais otimistas
expectativas esperávamos que a viagem seria tão incrível. Conseguimos
nos manter na estrada por cerca de 11 meses, percorremos 18 países na
América do Sul, na Europa e no Oriente Médio, e conhecemos lugares que
mal sabíamos que existiam.
Participamos de uma cavalgada de três
dias na Cordilheira dos Andes, adotamos um cachorro (e depois achamos
uma casa cheia de amor para ele), nadamos no mar do Caribe, saltamos de
paraquedas com vista para o Rio Paraná, conhecemos o horror de
Auschwitz, aprendemos sobre os conflitos atuais em Israel e Palestina,
fotografamos casas abandonadas em Berlim… E tivemos inúmeras outras experiências que não sonhávamos em ter em tão pouco tempo.
Fizemos tudo isso sem abdicar de nossas carreiras e sem parar de aumentar o nosso portfólio profissional.Eu poderia destacar muitos aspectos
desta viagem, mas vou falar sobre como o trabalho voluntário foi
fundamental para que conseguíssemos sustentar esse rolê, e colaborou
para que vivenciássemos melhor cada cultura. Nós temos abordado esse
assunto em nosso site, Widoox, e trouxemos um pouco dessa experiência para cá:
Trabalho Voluntário
O tipo de trabalho a que me refiro é uma
troca de serviços por acomodação e comida. Em geral, as empresas que
buscam voluntários desse tipo são hostels, bares, restaurantes, fazendas
orgânicas, e outros negócios de pequeno porte. A maioria dos sites que
conecta voluntários e hosts exigem que a carga máxima de trabalho seja
de vinte horas semanais.
A primeira dica, portanto, é: busque
hosts que respeitem a carga de trabalho. Nós caímos em uma “armadilha” e
fomos parar em uma vinícola onde os donos esperavam que trabalhássemos
quase 12 horas por dia. Duramos quatro dias lá.
Antes de sairmos de São Paulo, nós fizemos uma conta no site Workaway
e começamos a oferecer nossos trampos para alguns hostels em países
vizinhos. O primeiro que nos chamou foi um hostel em Rosário, na
Argentina, e assim decidimos que nossa rota teria que passar por lá.
A primeira experiência de voluntariado
já foi incrível. Em Rosário, fazíamos a recepção do hostel e agendávamos
saltos de paraquedas para os hóspedes. Com a boa relação que fizemos
com a galera da empresa, acabamos conseguindo saltar de graça! Ainda
vendemos um site e um vídeo para o hostel.
Dessa forma, o voluntariado nos dava a
oportunidade de trabalhar em nossos freelas sem gastar nada com comida e
hospedagem. Tínhamos também a garantia de um lugar tranquilo e com boa
internet para nos dedicarmos a outros projetos. Assim, podíamos usar o
dinheiro dos trampos para viajar mais.
Com o trabalho voluntário fomos guias
turísticos em Barcelona (mesmo sem conhecer bem a cidade), guiamos
gringos para um jogo do Barça, fotografamos as praias de Montenegro,
fizemos drinks em um pub em Cusco, guiamos tours de bicicleta no norte
argentino e juntamos amigos para o resto da vida.
Antes de sairmos de viagem, não tínhamos
certeza se conseguiríamos viajar por mais do que três meses. Se
multiplicamos esse tempo por quatro, boa parte da ajuda veio desse tipo
de troca.
Agora que estamos de volta a São Paulo,
nós estamos compartilhando muito do que foi essa experiência. No nosso
site, falamos, por exemplo, sobre 5 motivos para fazer trabalho voluntário no exterior, e também demos 7 dicas para trabalhar viajando e conhecer o mundo.
Os relatos de muita gente nos serviram de inspiração para sair por aí. Esperamos que nossos relatos possam ajudar também!
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