Mulheres indianas usam selfies para combater o preconceito
O colorismo é a discriminação de um indivíduo pela tonalidade de sua cor de pele. Quanto mais escura for sua pele, mais excluída ela será. A diferença disso para o racismo é de que, enquanto o racismo promove uma exclusão identitária, que se orienta pelo pertencimento de alguém a uma raça para promover a exclusão, o colorismo é ligado diretamente a quão pigmentada a pele da pessoa é – e essa exclusão vem muitas vezes de pessoas de um mesmo contexto cultural e histórico.
Em um resumo simples, uma pessoa negra
de tonalidade mais clara de pele sofre menos discriminação do que uma
pessoa de pele mais escura – é mais “aceita”, ainda que não desfrute, é
claro, dos mesmos privilégios e direitos que brancos. Em países
de origem colonial europeia, pós-escravocratas, na Ásia, África e
América Latina, esse refinamento do racismo é uma dura realidade,
visível a olho nu.
Diante disso, três estudantes asiáticas da Universidade do Texas criaram a campanha Unfair and Lovely (Injusto e adorável), um projeto fotográfico que visa convidar as pessoas a apreciarem a beleza da pele escura.
Em sua maioria mulheres, os participantes utilizam o hashtag
#unfairandlovely para compartilhar suas fotos e dividir suas histórias
de vida e superação, em um mundo racista e colorista.
O nome da campanha vem de um creme embranquecedor, chamado bizarramente de Fair and Lovely (Justo e adorável).
O trabalho a ser feito é ainda árduo e
longo, mas algumas vitórias já foram conquistadas por esses ativistas
espalhados pelo mundo. As vendas de cremes que embranquecem a pele têm
caído drasticamente, e a pressão pela representação de todas as cores e
pessoas na grande mídia é uma voz que aumenta e precisa ser ouvida a
cada dia.
O resultado da campanha, segundo as organizadoras Pax Jones, Mirusha Yogarajah and Yanusha Yogarajah, tem sido comovente,
com pessoas do mundo todo compartilhando suas belezas e histórias. A
gravidade, segundo elas, do colorismo vai de oportunidades de emprego,
salários, nível educacional, até escravidão e violência – tudo pautado
pela tonalidade da pele de alguém. A força das redes sociais tem sido determinante para dar voz aos que precisam falar.
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