Catador recolheu 3 mil livros do lixo, mudou o rumo de sua vida e está prestes a concluír o doutorado
Graduado em letras e hoje com 33 anos, a trajetória deste doutorando prestes a concluir mais uma pós-graduação não é nada convenciona. Isso porque Dorival Gonçalves dos Santos Filho era catador
e passou mais de 15 anos conseguindo seu sustento a partir do que as
outras pessoas descartavam até que ele encontrou uma coisa precisa no
lixão.
Livros! Foram mais de 3 mil obras
resgatadas do descarte, incluindo um de seus livros preferidos, Vidas
Secas, de Graciliano Ramos. Durante o tempo em que trabalhava no lixão,
Dorival foi juntando milhares de títulos e montou uma biblioteca apenas
com o que encontrava.
Ele esteve no lixão desde os 4 anos de
idade, na época vivia com a mãe, um irmão e três irmãs numa casa na
periferia de Piedade, no interior de São Paulo. Eles recorriam ao aterro
sanitário em tempos de dificuldade, sempre em busca de comida e outros
recursos para sobreviver.
Após concluir a oitava série, Dorival
teve que abandonar os estudos porque não conseguia conciliar com os
trabalhos temporário com agricultura que buscava para sobreviver. Mas ao
completar 21 anos, ele decidiu que precisava sair do lixão e voltar a
estudar.
Os professores do ensino médio elogiavam
muito seu desempenho escolar, e foi aí que surgiu a ideia de cursar uma
faculdade. Dorival prestou o vestibular, aos 24 anos, para o curso de
Letras e foi aprovado na Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Assis
(SP).
Depois de formado, o ex-catador começou a
dar aula em escolas públicas e concluiu um mestrado em linguística. Na
sequência, entrou na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em
Florianópolis (SC), onde cursa atualmente seu doutorado, que deve
concluir em 2018.
Imagens: arquivo pessoal
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