15 mulheres que estão fazendo do mundo um lugar mais justo
Afinal, o que nós queremos?
Elas estão em todo lugar, em diversas funções e áreas de atuação. O destaque? Pouco para quem tem feito muito. Neste 8 de março, Dia Internacional de Luta das Mulheres,
vamos lembrar quem são algumas das guerreiras que não tremem diante de
uma boa briga e que estão batalhando com garra para fazer do mundo um
lugar melhor.
É verdade, estamos avançando. Provando
que não somos MESMO o sexo frágil. Depois de tanta repressão, tantos
“nãos”, tanto boicote, tantas surras, tanto silêncio e tanta luta, é
impressionante como ainda querem associar as mulheres ao termo “frágil”
ou até mesmo nos culpar pela TPM de todo mês, atribuindo tudo à
“instabilidade emocional” da pré-menstruação.
Ao longo da história, vencemos paradigmas, trocamos inseguranças por objetivos.
Mas a eterna batalha pela igualdade de gênero continua, para mulheres
brancas, negras, pardas, índias, orientais e também para transexuais e
travestis que precisam urgentemente ter seu espaço e voz assegurados.
Encontrar um jeito de amar o
próprio corpo, valorizar a própria beleza, se aceitar, se libertar e
gritar para o mundo o que ninguém vai nos deter também são armas para
enfrentar o machismo de frente. Para que fique bem claro que
não estamos aqui a passeio, dá uma olhada em apenas algumas das mulheres
que estão dando um jeito em várias questões importantes, abrindo novos
caminhos, debates e mentes por aí:
1. Jout Jout
Com seu canal Jout Jout Prazer,
Julia Tolezano levantou a bandeira em prol das mulheres, debatendo
questões como violência, relacionamentos abusivos, falou sobre o batom
vermelho como ferramenta de empoderamento feminino e até sobre
menstruação, afinal, esse assunto ainda é “tabu”. Despretenciosa, acabou
ajudando uma porção de meninas e mulheres a reconhecerem seus poderes e
também a fazer um escândalo quando for necessário:
Transgressora e transexual, Robeyoncé
dá um tapa na cara da sociedade com seu título de primeira mulher negra e
transfeminista da história da OAB – Ordem dos Advogados do Brasil de
Pernambuco. Formada também em geografia, a advogada conquistou o título
aos 27 anos de idade, depois de muito esforço, garra e estudo para se
dedicar às causas trabalhistas. Um grande passo contra o preconceito no
trabalho, na justiça e nas demais áreas da vida.
3. Alexandra Loras
Consulesa da França no Brasil e
jornalista, Alexandra tem cumprido um papel muito importante dentro do
debate sobre racismo e identidade, além da luta contra a desigualdade.
Ela levanta questões cruciais referentes a gênero e cor, destacando
personagens históricos marcantes e não tem medo de dizer como enfrenta
preconceito por ser negra.
Num pedido de socorro contra os
massacres de diversas comunidades Guarani-Kaiowá em Mato Grosso do Sul, a
professora de Brasília trouxe luz para a causa ao divulgar um vídeo em
seu Facebook pessoal. Da etnia Tukano, Daiara sempre divulga causas e
notícias relacionadas aos povos indígenas no Brasil e no mundo, que
mesmo sendo os donos e guardiões de muitas terras, ainda são deixados de
escanteio e se tornam vítimas de preconceito e violência
constantemente.
5. Nana Queiroz
Com uma mente criativa e pulsante, a jornalista criou muitas causas que ajudam as mulheres. Fundou a revista Azmina,
que destaca o feminismo e a atuação da mulher; criou a campanha
Carnaval Sem Assédio e o movimento Não Mereço Ser Estuprada. Além disso,
lançou o livro “Presos que menstruam”, que retrata a situação de
presidiárias no Brasil, abrindo um importante debate.
6. Silvana Lima
A cearense é a melhor surfista do
Brasil atualmente, mas poucos a conhecem. Ainda! Surfista profissional,
encontrou seu lugar ao sol sozinha, sem patrocínio e hoje ganha destaque
por representar o país no circuito mundial, o WTC, sendo vice-campeã
mundial por duas vezes. Sua luta pelo esporte é grande; já chegou a
vender carro, apartamento e até cachorros só para poder competir e viver
um sonho. Está na hora de abrir os olhos dos patrocinadores: sim ou com
certeza?
Com apenas 21 anos, ganhou o prêmio
Women of Vision na categoria Student of Vision (ABIE Award), do
Instituto Anita Borg por seu incentivo à inclusão feminina no meio
digital. Atualmente com 23, quer mudar o mundo por meio da tecnologia. É
sócia-fundadora da Ponte21,
uma consultoria de inovação e tecnologia que promove a conexão da
tecnologia com as pessoas; influenciadora digital na FIAP e uma das
líderes do movimento por igualdade de gêneros no mercado de TI.
8. Geovana Soares e Linda Brasil
Transexuais, são as idealizadoras do EducaTrans,
projeto sergipano que visa estimular a entrada de travestis e pessoas
trans no ensino superior. Com apoio da Associação do Movimento Sergipano
de Travestis e Transexuais (AMOSERTRANS), prepararam e estimularam
estudantes trans para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que teve
seu número de participantes trans triplicado no último ano, onde
puderam, enfim, colocar seu nome social na inscrição.
10. Juliana de Faria
Fundou o Think Olga, um think tank que promove assuntos ligados a feminilidade. Também está à frente da campanha Chega de Fiu Fiu,
cujo objetivo é combater o assédio sexual em locais públicos e
recentemente, criou a campanha #primeiroassedio, onde várias mulheres
conseguiram expor as situações de assédio que sofreram pela primeira vez
na vida.
11. Djamila Ribeiro
Dentre suas muitas qualidades, Djamila
tem uma voz que ecoa por várias facetas da comunicação. Mestre em
filosofia política, mãe e militante do feminismo negro interseccional,
ilumina temas que dizem respeito a várias áreas da vida, desde
literatura até a situação da mulher negra brasileira atualmente. Também
escreve para a Carta Capital, Blogueiras Negras e a Revista AzMina, e
integra o coletivo BláBláObá, que se materializa num webprograma de opinião dedicado a temas urgentes e atuais que pairam sobre a sociedade.
12. Amanda Palha
A travesti de 28 anos foi aprovada em
1º lugar na Universidade Federal de Pernambuco, onde vai seguir seus
estudos em Serviço Social. Ela teve contato com a área quando trabalhou
em São Paulo ajudando pessoas em situação de rua e foi ali que descobriu
sua vocação profissional e realização pessoal. Ser aprovada em primeiro
lugar numa federal é uma grande vitória para que, além dos estudos,
ainda tem que enfrentar preconceitos.
13. Priscila Kosaka
A cientista brasiliense Priscila Kosaka está há seis anos no Instituto de Microelectrónica de Madrid. Em busca de melhorar a qualidade de vida das pessoas, passou todos esses anos tentando desenvolver uma técnica para detectar o câncer sem a necessidade de biópsias. Pois ela conseguiu e ainda desenvolveu um nanosensor 10 milhões de vezes mais sensível que os métodos tradicionais de exame, capaz de identificar a doença antes mesmo do surgimento de sintomas.
14. Petra Costa
Depois de abordar a depressão no filme Elena, a cineasta impactou mais ainda o mundo com seu último projeto, O Olmo e a Gaivota,
mergulhando de cabeça na questão da mulher. O longa metragem mescla
ficção e realidade ao retratar de maneira sensível, realista e
impactante a vida da atriz Olivia Corsini, que ao engravidar precisa se
afastar dos palcos e passa por uma série de questionamentos e pressões
psicológicas. A obra venceu a categoria de Melhor Longa-Metragem de
Documentário pelo Júri Oficial do Festival do Rio 2015, além de outros
prêmios internacionais. Foi inspirado nela que surgiu o vídeo polêmico “Meu Corpo, Minhas Regras“.
15. Liliana e Luisa Terán
Primas e engenheiras indígenas Kunza, as
duas vivem no deserto do Atacama, entre o Chile e a Argentina. A vida
da comunidade de Caspana foi melhorada graças à busca de ambas – que
foram até a Índia estudar! – e conseguiram instalar na região um sistema
de energia solar, que abastece 127 casas e equipamentos públicos, como
escolas. O equipamento foi doado por uma companhia italiana e mudou a
realidade de muita gente.
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