Como uma mudança na lei norte-americana pode pôr fim à ‘caça enlatada’ de leões na África do Sul
Você deve lembrar do caso do leão Cecil, que ganhou as mídias no ano passado, quando o animal foi morto por um dentista norte-americano no Zimbábue.
Cecil foi atraído para fora de um parque nacional e baleado pelo homem,
que acabou sofrendo fortes represálias no mundo real e virtual,
direcionadas pensadas principalmente para atingir sua carreira e vida
profissional.
Mas,
infelizmente, casos como o de Cecil são normais na África. Em algumas
regiões, em especial na África do Sul, existe uma prática chamada de Caça Enlatada, que consiste em
colocar leões, tigres, jaguares ou chitas em um ambiente confinado e
controlado, para que turistas e caçadores possam facilmente atirar para
matar e depois levar os animais como troféus para suas casas.
Pessoas que fazem isso chegam a pagar mais de US$ 20.000 (cerca de R$
80.000) pela “caça”.
A
novidade agora é que, graças a uma mudança na legislação norte-americana
essa prática pode estar com os dias contados. A nova Lei das Espécies
Ameaçadas, criada pelo governo dos EUA em dezembro foi pensada
justamente para para proteger esses animais. Mas o que a legislação dos
EUA tem a ver com a África? Simples. Cerca de 85% dos praticantes da caça enlatada na África são norte-americanos.
Estima-se que 719 leões foram importados (mortos) para os EUA só em 2014. Como
a lei protege animais que estão ameaçados de extinção, foi preciso
provar o impacto da prática na população de leões. Nesta etapa do
processo, contatou-se que a população de leões africanos caiu de 200 mil
(no século passado) para 20 mil (hoje), em parte por conta da
destruição de seu habitat.
As novas
restrições dos EUA já fizeram com que a Associação dos Caçadores
Profissionais da África do Sul anunciasse que a caça de leões em
cativeiro será cortada pela metade. Apesar do impacto econômico das
novas regras, o grupo manifestou apoio à decisão do governo.
Imagens:
Wikicommons/cannedlion e Gettyimages via: takepart
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